O presidente Jair Bolsonaro justificou nesta quinta-feira (29/7) uma foto na qual aparece com Beatrix von Storch, deputada do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), investigada pelo serviço de Inteligência alemão por propagar ideias neonazistas, xenofóbicas e extremistas. O mandatário alegou que "a gente não pode ligar um pai a um filho", em referência ao fato de ela ser neta do ministro das Finanças de Adolf Hitler, Lutz Graf Schwer. A declaração ocorreu em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
"Semana passada, tinha um deputado chileno e a alemã visitando a Presidência. Poxa, tratei, conversei, bati um papo. Saiu que a deputada alemã é neta do ex-ministro do Hitler. Me arrebentaram na imprensa. Eu acho que a gente não pode ligar um pai a um filho. Muitas vezes, um fez uma coisa errada e não se pode ligar a outro", rebateu.
"Eu não posso receber essa deputada? Foi eleita democraticamente na Alemanha. Se eu for ver a ficha de cada um para ser atendido, vai demorar horas para atender", acrescentou.
"Unidos por ideais"
Beatrix von Storch publicou uma foto do encontro nas redes sociais no último dia 26, ao lado também do marido, Sven von Storch. Na legenda, escreveu que "em um momento em que a esquerda está promovendo sua ideologia por meio de suas redes e organizações internacionais em nível global, nós, conservadores, devemos nos unir". A foto foi tirada dias antes, durante sua passagem pelo país.
No último dia 22, a deputada Bia Kicis (PSL-DF), aliada do chefe do Executivo, se encontrou com a deputada, assim como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Pelas redes sociais, o filho do presidente afirmou que os conservadores são "unidos por ideais de defesa da família, proteção das fronteiras e cultura nacional". O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, também recebeu a visita da deputada da ultradireita alemã.