O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta sexta, 30, que a Polícia Federal retome as investigações sobre a suposta tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na corporação - inquérito aberto na corte máxima após denúncias feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro, na ocasião de sua renúncia.
De acordo com Alexandre, a regular tramitação da investigação deve ser 'imediata', independente de o plenário do Supremo ainda não ter decidido sobre como deve ser o depoimento de Bolsonaro no caso, se presencial ou por escrito. O ministro registra que há 'necessidade de realização de diligências pendentes para o prosseguimento das investigações'.
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''Patética'' e ''absurda'': ministros do STF repudiam live de Bolsonaro 'Se pudesse, vetava todo o Fundão', repete BolsonaroAtaques de Bolsonaro são para manter base eleitoral, dizem cientistasInquérito da PF não investiga fraude no processo de votaçãoUma das últimas pendências da investigação é o depoimento do presidente. A discussão do STF sobre o tema chegou a ser agendada para 24 de fevereiro, mas foi adiada. A previsão é a de que os ministros do Supremo enfrentem o impasse na sessão do dia 29 de setembro.
Em novembro do ano passado, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou à Corte o presidente havia 'declinado do meio de defesa' de se explicar às autoridades e pediu que o processo fosse logo encaminhado à PF para elaboração de relatório final.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifestou a favor do presidente, defendendo o direito de Bolsonaro de desistir de prestar depoimento no inquérito em que é investigado por suposta interferência política na Polícia Federal.
No entanto, na avaliação de Alexandre de Moraes, o investigado não pode deixar de ser submetido ao interrogatório policial, ainda que decida permanecer em silêncio. O ministro defendeu que a Constituição Federal não prevê o 'direito de recusa prévia' ao investigado ou réu.