A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga possíveis irregularidades na gestão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), aprovou, nesta segunda-feira (2/8), pedido de acesso a documentos relativos a contratos da estatal com diversas empresas. Um dos tratos na mira dos deputados estaduais foi firmado com a Kroll, empresa de investigação e segurança cibernética. Professor Cleiton (PSB) disse ter tido o telefone celular "grampeado" e, por isso, defendeu a investigação das relações entre a energética e a auditoria.
A ideia é saber se a Kroll tem conexões com a dita espionagem relatada pelo deputado. O contrato entre a auditoria e a Cemig foi celebrado em maio, sem licitação. Além de oficializar pedido para analisar os documentos do trato entre as partes, deputados defendem que a Polícia Legislativa da Assembleia de Minas acione a Delegacia de Crimes Cibernéticos para fazer varreduras virtuais e em ambientes físicos, como os gabinetes, para entender de onde partiram as supostas espionagens.
"Essa denúncia é muito séria. Ela afeta diretamente o nosso trabalho parlamentar. São dados sigilosos. Uma perícia feita no meu celular deu conta de que ele estava 'grampeado'. Vamos descobrir, nesta CPI, se essa empresa está, de fato, nos investigando", disse Professor Cleiton, autor do pedido de investigação da Cemig e subrelator do comitê de investigação.
A Kroll é famosa por investigações internas em empresas para descobrir irregularidades e desvios de conduta. No ano passado, por exemplo, o grupo foi contratado para examinar possíveis malfeitos no Cruzeiro, envolvido em grande crise financeira e institucional. O Atlético também firmou acordo com a auditoria.
Ao Estado de Minas, Professor Cleiton contou que a escuta em seu telefone celular foi desfeita menos de 30 minutos após ele tornar pública a descoberta da espionagem nas redes. "Estou tentando ver de onde veio o 'grampo'", afirmou.
O pessebista garantiu que informações dão conta de investigações sobre deputados e assessores. Segundo o parlamentar, integrantes de gabinetes receberam ligações anônimas que buscavam recolher informações sobre dados pessoais e a função deles nos mandatos em que dão expediente.
Ainda nesta segunda, os deputados estaduais deram aval aos nomes das primeiras pessoas ligadas à Cemig que devem prestar depoimentos. As oitivas iniciais tratarão dos contratos sem licitação. Na lista de testemunhas intimadas, estão diretores, ex-diretores, gerentes, ex-gerentes e superintendentes da empresa pública. Ao todo, 11 pessoas foram chamadas.
As alegações levadas por Professor Cleiton à CPI geraram protestos de outros parlamentares. O presidente da comissão, Cássio Soares (PSD), cobrou a apuração dos fatos. Ele lembrou que comitês de inquérito têm prerrogativas para conduzir investigações.
"Estamos tratando do patrimônio da população mineira. O patrimônio da empresa que deveria estar prestando um serviço de qualidade essencial. O que enxergamos, hoje, é que infelizmente há sucateamento da prestação de serviços da Cemig com cidadãos e empresas que precisam de fornecimento adequado", falou.
Integrante da base aliada ao governo de Romeu Zema (Novo), Zé Guilherme (PP) demonstrou preocupação com os efeitos de uma possível espionagem. "Se é verdade que uma empresa está grampeando deputados desta Casa, isso não pode ficar assim".
Além das conexões com a Kroll, os deputados da CPI da Cemig aprovaram, nesta segunda, acesso a informações sobre diversos outros contratos sem licitação firmados pela estatal de energia. Na lista, há acordos com escritórios de advocacia e empresas de consultoria financeira. Presentes, ainda, tratos com o Banco BTG Pactual e o Bank of America, outra instituição do ramo monetário.
O acordo entre a Cemig e a B3, responsável por operar a Bolsa de Valores de São Paulo, também será examinado. Antes do recesso parlamentar de julho, os deputados já pediram informações sobre vários outros contratos.
Outro tema em pauta é a venda de subsidiárias da Cemig. A estatal se desfez das participações que detinha nas energéticas Light e Renova; em maio, anunciou leilão para negociar a fatia que lhe cabe na Taesa, controlada em parceria com a colombiana ISA. Reynaldo Passanezi, que preside a energética mineira, já trabalhou para a ISA.
Na semana passada, o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) revogou recomendação que impedia, por ora, a venda da Taesa. A contratação de diretores oriundos de São Paulo e a transferência de atividades administrativas para o território paulista também compõem o escopo da investigação. O call center que atende clientes com problemas no serviço, por exemplo, foi levado para Hortolândia.
A ideia é saber se a Kroll tem conexões com a dita espionagem relatada pelo deputado. O contrato entre a auditoria e a Cemig foi celebrado em maio, sem licitação. Além de oficializar pedido para analisar os documentos do trato entre as partes, deputados defendem que a Polícia Legislativa da Assembleia de Minas acione a Delegacia de Crimes Cibernéticos para fazer varreduras virtuais e em ambientes físicos, como os gabinetes, para entender de onde partiram as supostas espionagens.
"Essa denúncia é muito séria. Ela afeta diretamente o nosso trabalho parlamentar. São dados sigilosos. Uma perícia feita no meu celular deu conta de que ele estava 'grampeado'. Vamos descobrir, nesta CPI, se essa empresa está, de fato, nos investigando", disse Professor Cleiton, autor do pedido de investigação da Cemig e subrelator do comitê de investigação.
A Kroll é famosa por investigações internas em empresas para descobrir irregularidades e desvios de conduta. No ano passado, por exemplo, o grupo foi contratado para examinar possíveis malfeitos no Cruzeiro, envolvido em grande crise financeira e institucional. O Atlético também firmou acordo com a auditoria.
Ao Estado de Minas, Professor Cleiton contou que a escuta em seu telefone celular foi desfeita menos de 30 minutos após ele tornar pública a descoberta da espionagem nas redes. "Estou tentando ver de onde veio o 'grampo'", afirmou.
O pessebista garantiu que informações dão conta de investigações sobre deputados e assessores. Segundo o parlamentar, integrantes de gabinetes receberam ligações anônimas que buscavam recolher informações sobre dados pessoais e a função deles nos mandatos em que dão expediente.
Ainda nesta segunda, os deputados estaduais deram aval aos nomes das primeiras pessoas ligadas à Cemig que devem prestar depoimentos. As oitivas iniciais tratarão dos contratos sem licitação. Na lista de testemunhas intimadas, estão diretores, ex-diretores, gerentes, ex-gerentes e superintendentes da empresa pública. Ao todo, 11 pessoas foram chamadas.
Deputados repudiam suposta espionagem
As alegações levadas por Professor Cleiton à CPI geraram protestos de outros parlamentares. O presidente da comissão, Cássio Soares (PSD), cobrou a apuração dos fatos. Ele lembrou que comitês de inquérito têm prerrogativas para conduzir investigações.
"Estamos tratando do patrimônio da população mineira. O patrimônio da empresa que deveria estar prestando um serviço de qualidade essencial. O que enxergamos, hoje, é que infelizmente há sucateamento da prestação de serviços da Cemig com cidadãos e empresas que precisam de fornecimento adequado", falou.
Integrante da base aliada ao governo de Romeu Zema (Novo), Zé Guilherme (PP) demonstrou preocupação com os efeitos de uma possível espionagem. "Se é verdade que uma empresa está grampeando deputados desta Casa, isso não pode ficar assim".
Mais contratos serão examinados
Além das conexões com a Kroll, os deputados da CPI da Cemig aprovaram, nesta segunda, acesso a informações sobre diversos outros contratos sem licitação firmados pela estatal de energia. Na lista, há acordos com escritórios de advocacia e empresas de consultoria financeira. Presentes, ainda, tratos com o Banco BTG Pactual e o Bank of America, outra instituição do ramo monetário.
O acordo entre a Cemig e a B3, responsável por operar a Bolsa de Valores de São Paulo, também será examinado. Antes do recesso parlamentar de julho, os deputados já pediram informações sobre vários outros contratos.
Outro tema em pauta é a venda de subsidiárias da Cemig. A estatal se desfez das participações que detinha nas energéticas Light e Renova; em maio, anunciou leilão para negociar a fatia que lhe cabe na Taesa, controlada em parceria com a colombiana ISA. Reynaldo Passanezi, que preside a energética mineira, já trabalhou para a ISA.
Na semana passada, o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) revogou recomendação que impedia, por ora, a venda da Taesa. A contratação de diretores oriundos de São Paulo e a transferência de atividades administrativas para o território paulista também compõem o escopo da investigação. O call center que atende clientes com problemas no serviço, por exemplo, foi levado para Hortolândia.
Cemig e Kroll se posicionam
Por meio de nota, a Cemig esclarece que "realizou a contratação da empresa de investigação forense Kroll, dos escritórios Sampaio Ferraz e Terra Tavares Ferrari Elias Rosa, no Brasil, e Paul Hastings, em Nova York, para, "dentro dos estritos limites de sua atuação corporativa, proceder a investigação independente de denúncias recebidas do Ministério Público do Estado de Minas Gerais".
"A Cemig tem ações listadas nas bolsas de valores de São Paulo (B3), Nova York (New York Stock Exchange - NYSE) e Madri (Latibex) e está sujeita às normas anticorrupção dos Estados Unidos da América (Foreign Corruption Practices Act), razão pela qual denúncias como as recebidas do MPMG, por sua amplitude e possíveis desdobramentos, devem atender também aos padrões de investigação exigidos pelas autoridades norte-americanas. A Cemig informa ainda que adota regras rígidas de compliance e as melhores práticas de governança e transparência em suas ações", diz a empresa na nota.
Também em nota, a Kroll informa que atua com investigação forense há quase 50 anos, "sendo pioneira e líder mundial em serviços de governança, risco e transparência em mais de trinta países".
"A empresa integra o time de investigação independente contratado pela Cemig para apurar denúncias recebidas pelo Ministério Público de Minas Gerais. A Kroll atua estritamente dentro da lei e não tolera qualquer tipo de atividade ilícita, assim como não admite afirmações levianas e incorretas sobre sua atuação”, diz a empresa na nota.