A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) comparou durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID as ações em “nome de Deus” do reverendo Amilton Gomes de Paula, presidente da ONG Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Eliziane é evangélica e o pai dela é pastor.
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"Está muito claro que o presidente tenta essa relação entre governo e Igreja. Isso não dá certo, é uma relação promíscua. Em nome de Deus se propaga o armamento. O senhor mente e seu ministério caiu em descrédito", afirmou ao questionar o depoente.
Segundo a senadora, “não adianta ir na igreja, pegar um bíblia e falar de Deus igual o presidente faz” mas é preciso também ter ações de fé.
"Seu ministério caiu em descrédito", disse Eliziane Gama. "Milhares de pastores e reverendos levam muito a sério a missão que receberam", finalizou.
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O dia da CPI
A CPI da COVID, instalada pelo Senado, retoma de recesso parlamentar nesta terça-feira (3/8) com o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula. A convocação de Amilton atende pedido do vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
O parlamentar destacou os e-mails, divulgados pelo Jornal Nacional, da TV Globo, em que o diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Cruz, autorizava o reverendo a comprar, por meio da Senah, 400 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca.
O parlamentar destacou os e-mails, divulgados pelo Jornal Nacional, da TV Globo, em que o diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Cruz, autorizava o reverendo a comprar, por meio da Senah, 400 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca.
Segundo o policial militar de Minas Gerais, Luiz Paulo Dominghetti, que acusa o ex-diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias, de cobrar propina de US$ 1 dólar por dose, Gomes de Paula foi quem o ajudou a conseguir marcar reuniões com membros do governo para apresentar a proposta do imunizante britânico em fevereiro deste ano.
O reverendo estava marcado para depor à CPI no dia 14 de julho, mas foi adiado por questões de saúde. Amilton apresentou um atestado médico alegando problemas renais, o que foi confirmado pela perícia médica do Senado.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, concedeu habeas corpus para que o religioso tenha o direito de permanecer em silêncio aos questionamentos que possam incriminá-lo.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.