O presidente Jair Bolsonaro, em mais um ataque ao presidente do Tribunal Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou, nesta terça-feira (3/8), que o magistrado se opõe ao voto impresso pelo "interesse pessoal" de favorecer a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pelo Planalto em 2022.
"Eu não estou aqui para criticar Poder nenhum. Mas tiraram o cara (Lula) da cadeia, tornaram ele elegível, para não ser presidente? É improvável. Agora, por que tiraram aquele cara da cadeia, por que o tornaram elegível? Passou na primeira instância, segunda instância, terceira instância. Na quarta: 'Ah, o foro dele não é em Curitiba'. Pelo amor de Deus!", disse Bolsonaro, durante entrevista à TV Piauí. "E anularam as provas também. Vários delatores devolveram mais de R$ 3 bilhões, uma prova de crime", prosseguiu o presidente.
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"Você sabe os interesses de fora no Brasil, os interesses daqueles que perderam o poder para uma pessoa que não tinha nada para chegar. Tentaram me matar mas não conseguiram, depois até mesmo as eleições em si. E eu acredito que me só elegi porque tive muitos votos, caso contrário não teria sido eleito", disse o chefe do governo. Segundo ele, muitas coisas estão em jogo, inclusive a indicação de nomes para compor o STF.
"O que está em jogo também nas eleições de 22? Quem se eleger vai indicar mais dois nomes para o Supremo Tribunal Federal. É muita coisa em jogo. E se, porventura, tivermos desconfiança de fraude? Eu vou recorrer ao Supremo Tribunal Federal, cujo relator deve ser o ministro Barroso?", questionou o presidente. "Por que o Barroso não fica livre dessa manta de desconfiança e não diz 'vamos fazer o voto impresso', de modo que possamos ter a garantia de que em quem o povo votou foi naquela pessoa?"
O presidente voltou a mentir ao afirmar que as urnas eletrônicas são vulneráveis a fraudes e não podem ser auditadas. "Temos um problema pela frente: umas urnas eletrônicas que você não tem como auditá-las. E uma pessoa apenas, o ministro do Supremo Tribunal Federal, diz que a gente tem que acreditar", afirmou, ainda em referência a Barroso. "Se eu estou apresentando mais uma forma de nós colocarmos um filtro e garantir a lisura das eleições, por que ele é contra? A gente começa a pensar outra coisa".