Após o reverendo Amilton Gomes de Paula, que presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, nesta terça-feira (3/8), negar que conhecia pessoas que integram o governo federal, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mostrou imagens do religioso em reunião com a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Mais cedo, uma foto em que o reverendo aparece ao lado do filho ‘01’ do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), também viralizou nas redes sociais.
“O senhor conhece alguém do governo?”, questiona Randolfe.
“O senador Flávio Bolsonaro”, responde o reverendo.
“Ninguém mais?”, pergunta o vice-presidente da CPI.
“Não”, diz Amilton .
Em seguida, Randolfe mostra a foto do reverendo com Damares. “Essas fotos revelam que o senhor teve encontros”, diz Randolfe.
O dia da CPI
A CPI da COVID, instalada pelo Senado, retomou o recesso parlamentar nesta terça-feira (3/8), com o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula. A convocação de Amilton atende pedido do vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
O parlamentar destacou os e-mails, divulgados pelo Jornal Nacional, da TV Globo, em que o diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Cruz, autorizava o reverendo a comprar, por meio da Senah, 400 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca.
O parlamentar destacou os e-mails, divulgados pelo Jornal Nacional, da TV Globo, em que o diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Cruz, autorizava o reverendo a comprar, por meio da Senah, 400 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca.
Segundo o policial militar de Minas Gerais, Luiz Paulo Dominghetti, que acusa o ex-diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias, de cobrar propina de US$ 1 dólar por dose, Gomes de Paula foi quem o ajudou a conseguir marcar reuniões com membros do governo para apresentar a proposta do imunizante britânico em fevereiro deste ano.
O reverendo estava marcado para depor à CPI no dia 14 de julho, mas foi adiado por questões de saúde. Amilton apresentou um atestado médico alegando problemas renais, o que foi confirmado pela perícia médica do Senado.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, concedeu habeas corpus para que o religioso tenha o direito de permanecer em silêncio aos questionamentos que possam incriminá-lo.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.