O reverendo Amilton de Paula afirmou à CPI da COVID que a proposta enviada ao Ministério da Saúde que cotava a dose da vacina contra COVID-19 em US$ 11 foi orientada pela Davati Medical Supply. Mais cedo, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), confrontou o reverendo com o preço da vacina oferecida pela Davati à pasta. Randolfe lembrou que a companhia apresentou um documento ao Ministério no dia 15 de março oferecendo vacinas à US$ 10, preço que mais tarde foi atualizado pelo reverendo, por carta endereçada ao então secretário executivo do ministério da Saúde, Elcio Franco, mudando o preço para US$ 11.
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Na CPI, Aziz lê versículo: 'Quem pratica fraude não habita o santuário'Reverendo Amilton admite negociação de vacinas com municípios CPI: oferta de vacina por US$ 1 a mais veio de proposta anterior da DavatiAziz sugere que Barroso contrate hackers para provar segurança de urnasCPI ouve coronel Marcelo Blanco, citado em suposto pedido de propina"Eu não tenho essa informação para lhe dizer", respondeu Amilton sobre o motivo da diferença das datas entre a proposta de US$ 11 e US$ 10. "Eu recebi essa oferta (11 dólares) não foi no dia 24, eu encaminhei o email no dia 24. Eu recebi do Herman (o documento) com US$ 11", disse o reverendo, que afirmou ter o papel que aponta o recebimento da proposta da Davati com o valor de US$ 11. "No dia 14, foi feito (a proposta), e encaminhada no dia 24", informou Amilton. A diferença de valores levantou suspeitas dos senadores da CPI, que citaram a acusação feita pelo cabo Luiz Dominguetti, que alegou ter recebido proposta de propina de US$ 1 por dose.
Bolsonaro
Amilton Gomes também afirmou à CPI que não se encontrou no dia 15 de março com o presidente Jair Bolsonaro porque teve uma crise renal na data da agenda. Segundo ele, houve um mal-entendido na troca de mensagens que afirmavam que o reverendo estaria com o presidente. Amilton afirmou que esse "ruído" chegou aos representantes da Davati Medical Supply, que o "importunavam" sobre um encontro com Bolsonaro.
"No dia 14 tivemos reunião na diretoria jurídica da Senah onde avisei que havendo possibilidade eu estaria com o presidente Bolsonaro, nossa equipe estava saindo pra Goiânia, então houve esse ruído de comunicação onde cada um foi passando uma mensagem a Dominguetti e Cristiano, que tanto me importunava para falar com presidente. Na verdade eu não fui, porque no dia 15 eu tive uma crise renal", disse Amilton em depoimento à CPI.