O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta quarta-feira (4/8), que "não será intimidado" pelo inquérito das fake news, na qual foi incluído pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo arrolado na investigação, Bolsonaro seguiu atacando o sistema eleitoral brasileiro e chamou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Roberto Barroso, de "mentiroso".
Leia Mais
Moraes sobre fala de Bolsonaro: 'Em tese, atentatório contra instituições'Moraes inclui Bolsonaro em inquérito das fake newsTSE pode declarar Bolsonaro inelegível em 2022? Entenda o que está em jogo com investigaçãoBolsonaro ameaça reagir a inquérito fora das '4 linhas' da ConstituiçãoDonald Trump é garoto-propaganda em campanha pelo voto impressoBolsonaro acusa Barroso de interferir na Câmara dos Deputados"Não vai ser o inquérito, agora na mão do senhor querido Alexandre de Moraes, para tentar intimidar. Ou o próprio, lamento, o TSE tomar certas medidas para investigar, me acusar de atos antidemocráticos, eu posso errar, tenho direito a criticar, mas não estamos errados", disse o presidente, em entrevista ao programa "Pingos nos Is", da Rádio Jovem Pan.
Mesmo arrolado no inquérito das fake news, Bolsonaro, na mesma entrevista, seguiu atacando o processo eleitoral brasileiro sem provas, ao lado do deputado federal Filipe Barros (PSL-PR). Ele disse que "tem certeza que foi eleito no primeiro turno" nas eleições presidenciais de 2018. Além disso, o presidente criticou a forma com que foi incluído na investigação do STF.
"O presidente da República pode ser investigado? Pode, em um inquérito que comece lá no Ministério Público e não diretamente de alguém interessado. Esse alguém abriu o inquérito, vai começar a catar provas e essa mesma pessoa vai julgar? Eu jogo dentro das quatro linhas da Constituição, e jogo, se preciso for, com as armas do outro lado", disparou.
Bolsonaro volta a atacar Barroso
Bolsonaro também voltou a atacar Luis Roberto Barroso. Desta vez, o presidente chamou o ministro do STF e presidente do TSE de "mentiroso", acusando Barroso de não falar a verdade do chamado voto impresso auditável, defendido pelo seu governo.
"O ministro vem dizendo que esse voto impresso não pode acontecer por causa de milícias e de grupos de bandidagem. O que que ele diz com isso? Podem, por causa do papel, apresentar o voto lá fora, dizendo em quem votou. Mentira do ministro Barroso. É triste chamar um ministro de mentiroso. Por que ele mente? Porque o sistema eleitoral proposto por nós é igual ao do Paraguai e de outros países."