O vice-presidente Hamilton Mourão criticou, nesta quarta-feira (4), o instituto da reeleição por, em sua visão, exercer "influência negativa" sobre o sistema político brasileiro nos últimos 30 anos. "A reeleição para chefe do Executivo não fez bem ao País. O próprio autor do projeto, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já fez um mea culpa a este respeito", disse em palestra promovida pelo grupo Personalidades em Foco, liderado pelo empresário Paulo Zanotto.
O presidente Jair Bolsonaro, que recentemente criticou Mourão por atrapalhar o governo, busca sigla pela qual possa disputar a reeleição de 2022 com relativo controle sobre a máquina partidária. O chefe do executivo já deixou claro que não terá o general como vice, caso tenha mais um mandato e deseja escolher candidatos ao Legislativo, para formar base aliada mais sólida no Congresso.
O general também defendeu a instituição de uma cláusula de barreira para que haja mais estabilidade política no País. A redução do número de siglas, segundo ele, permitiria aos governos implementar seus programas de forma mais consistente, sem abrir mão da base de apoio no parlamento, atualmente fragmentada pela diversidade partidária.
"Lamentavelmente, nós, hoje, estamos de tal maneira divididos dentro do Congresso Nacional que fica muito difícil para o chefe do Poder Executivo conseguir construir uma maioria estável em cima de um programa efetivo e, ao mesmo tempo, ter uma governabilidade assegurada", avaliou.
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