Jornal Estado de Minas

CPI DA COVID

Na CPI, Cascavel diz que Ministério da Saúde recebia 'muitos picaretas'

O empresário e ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Antonio Soligo, conhecido como Airton Cascavel, afirmou durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, realizada nesta quinta-feira (5/8), que o Ministério da Saúde recebia “muitos picaretas” durante a pandemia de COVID-19.




 
Leia: CPI da COVID ouve empresário Airton Cascavel, ex-assessor de Pazuello  

A declaração foi feita durante os questionamentos da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que perguntou sobre possíveis ligações entre o empresário com o vendedor da Davati Medical Supply e o policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que já depôs na CPI da Pandemia

De acordo com Cascavel, ele recebeu diversas mensagens de um número desconhecido oferecendo vacinas. “Não respondi nenhuma, estava claro que era picaretagem”, afirmou.

Em seguida, a senadora questionou se ele havia visto Dominguetti dentro do Ministério da Saúde e o ex-assessor negou. 

Eliziane então questionou por que ele não avisou o ex-ministro Eduardo Pazuello, se ele recebeu diversas mensagens de “picaretas”.

“Porque não sabia que era sobre isso. Tive uma sensação. Mas é bom a senhora falar sobre isso, porque agora sei quem foi”, afirmou Casacavel.
 
 
 

O dia da CPI


O empresário e ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Antônio Soligo, conhecido como Airton Cascavel, depõe nesta quinta-feira (5/8), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado.Cascavel teria atuado informalmente durante meses na pasta, ao lado do então ministro Eduardo Pazuello, sem ter qualquer vínculo com o setor público.



Somente após a informalidade ser descoberta é que o general o nomeou assessor especial, cargo ocupado de junho de 2020 a março de 2021. Antes disso, os senadores apuraram que o empresário participou de diversas agendas públicas e reuniões.

Autor do requerimento, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), aponta que gestores estaduais e municipais consideravam que Airton Cascavel era o "ministro de fato" da pasta, e quem resolvia muitas das questões burocráticas e logísticas do Ministério da Saúde. 

Quando o ministro foi exonerado em março deste ano, Cascavel também deixou o cargo. 

Cascavel pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (4/8) para não comparecer à sessão. O requerimento foi negado pelo ministro Gilmar Mendes, que, porém, autorizou seu silêncio parcial, ou seja, quando o depoente não precisa responder questionamentos que possam incriminá-lo. 
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria

   

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