Jornal Estado de Minas

PLANALTO

Bolsonaro: 'Se a Pátria amada for ultrajada, lutaremos sem temor'

O presidente Jair Bolsonaro fez nova ameaça velada na tarde desta quinta-feira (5/8). O mandatário declamou um trecho de uma música militar intitulada Canção da Guerra durante a cerimônia de entrega de medalhas de Ordem do Mérito Médico e Mérito Oswaldo Cruz. O chefe do Executivo relembrou o episódio da facada nas eleições de 2018 e homenageou os médicos que o operaram.




 
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"O que fica disso tudo: uma passagem bíblica que eu quero resumir: 'Nada temeis, nem mesmo a morte. A não ser a morte eterna'. Isso marca a gente, faz a gente ter coragem para decidir questões que interessam a 210 milhões de brasileiros. Hoje, eu me considero um médico da liberdade no Brasil. O que a nossa nação passa, os interesses externos e internos no destino dessa Pátria fazem com que além dos deveres diários que tenho para com a nação, tenha que pensar nessas pessoas que desejam a cadeira do poder por ambição, bem como, Paulo Guedes (se dirigindo ao ministro da Economia, presente no evento), o interesse de outras nações. Afinal de contas, somos segurança alimentar para muitas nações", apontou.

Em seguida, Bolsonaro citou a canção militar que fala em guerra para proteger a Pátria e em tom belicoso repetiu que tudo fará para garantir a liberdade do país. "Vem também uma parte de uma canção conhecida por todos: 'A paz queremos com fervor, a guerra só nos causa dor. Porém, se a Pátria amada for um dia ultrajada, lutaremos sem temor'. Quando assumi a Presidência, entreguei na mão de Deus a minha vida. Tudo farei, prezado Braga Netto (ministro da Casa Civil, também presente), para garantir, com todo respeito aos médicos, um bem mais sagrado que a nossa própria vida, que é a nossa liberdade", concluiu.

Mais cedo, Bolsonaro reclamou de ter sido incluído pelo STF no inquérito que apura fake news e ataques contra a Corte. No despacho, o ministro Alexandre de Moraes enviou à Polícia Federal link da live do presidente em que ele alega que as eleições foram fraudadas, sem apresentar provas. 





Ele renovou ameaças avisando que "o momento de sair das quatro linhas da Constituição está chegando" e chamou Moraes de ditatorial. "Eu não pretendo sair das 4 linhas para questionar essas autoridades, mas acredito que o momento está chegando. Não dá para continuarmos com um ministro arbitrário, ditatorial, que não respeita a democracia, que não leu a Constituição. Se leu, aplica de acordo com o seu entendimento para cada vez mais agredir não só a democracia, bem como atingir os seus objetivos dessa forma. Isso é inadmissível numa democracia", acrescentou.

Na quarta-feira, o presidente havia questionado a legalidade desses procedimentos e disse que, em resposta, poderá atuar fora “das quatro linhas da Constituição”.

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