Quem conhece as entranhas das Forças Armadas garante que boa parte de sua base está fechada com o presidente Jair Bolsonaro. Mas não há um comando forte para sustentar um golpe militar. O grosso do alto-comando das Forças não admite entrar em aventuras.
Como dizem militares ouvidos pelo Blog, sem um comando forte, respeitado, teria de haver uma espécie de "revolta sargentista" para que as bases se aglutinassem. São os sargentos que têm as chaves dos depósitos nos quais ficam guardadas as armas usadas pelas Forças.
"Mas é ilógico pensar nisso, mesmo com o presidente insuflando as bases", diz um general. Para ele, o que não se pode descartar é uma "milícia armada se arvorar da defesa do país" para atender os apelos tresloucados de Bolsonaro. Não se pode esquecer que nunca se comprou tantas armas de fogo no Brasil.
Um almirante acrescenta: "Infelizmente, tem gente que endossa os arroubos do presidente. Ele só está jogando para a plateia, para o público mais radical, que ainda o apoia. A população, em sua maioria, quer a manutenção da democracia, como quer se vacinar contra a covid".
Um terceiro militar se diz triste diante do comportamento de Bolsonaro. "Votei no presidente em 2018, certo de que ele faria bem ao Brasil. Agora, porém, tenho a certeza de que ele está fazendo mal ao país e à democracia", frisa.