O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (5) que reconhece o aumento dos preços dos alimentos, entretanto, voltou a atribuir a inflação a medidas para conter a disseminação do coronavírus.
Apesar do que disse o presidente, a pressão inflacionária sobre os alimentos está relacionada à expansão dos programas assistenciais, desvalorização cambial e quebras de safras.
"O Brasil tem problemas, sabemos das necessidade da população. Temos aí uma inflação nos alimentos que está alta. Sabemos que muita gente perdeu a sua renda", afirmou hoje, durante transmissão semanal ao vivo. "Temos um outro problema que afeta diretamente aí os produtos que consumimos vindos do campo. Tivemos uma geada atípica nos últimos dias, onde a mesma (sic) queimou parte considerável daquilo que veio do campo. A safrinha do milho. O milho afeta diretamente a carne de porco, a carne de frango e os ovos", disse.
O presidente anunciou que o seu governo tem se debruçado sobre a questão para repor a safra de milho com a importação do produto, apesar de "problemas e ruídos e incompreensões que vêm do outro lado da Praça dos Três Poderes".
Durante a transmissão, Bolsonaro voltou a distorcer decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a responsabilidade de ações contra a pandemia da covid-19 e disse que a Corte retirou poder decisório do Executivo.
Ao contrário do que afirma Bolsonaro, a decisão do Supremo determinou responsabilidades concorrentes das esferas federativas: União, Estados e municípios. Nesta tarde (5), o presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, desmarcou reunião dos chefes dos Poderes brasileiros em resposta aos repetidos ataques de Bolsonaro a membros da Corte.
POLÍTICA