Após abalos entre os três poderes, provocados por ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o chefe do Executivo federal afirmou que não vai sair da cadeira da presidência. A declaração foi feita durante agenda em Santa Catarina, nesta sexta-feira (6/8). “Não estou preocupado em me manter presidente. Já dou recado: só Deus me tira daquela cadeira”, afirmou.
“Eu não estou para ser idolatrado, eu estou fazendo a coisa certa. É muito mais fácil para mim mudar de lado. Ninguém vai me acusar mais, minha esposa, meus filhos, meus parentes, de coisas absurdas. É mais fácil. Não vou arredar, jurei dar minha vida pela pátria enquanto militar. E, como presidente, dou a minha vida pela liberdade de vocês”, disse para apoiadores.
No final da tarde de quinta-feira (5/8), o presidente do STF, Luiz Fux, cancelou a reunião entre os poderes. A ação foi feita após Bolsonaro atacar os ministros da Corte Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. "Quando se ataca um integrante desta Corte, se ataca a todos", afirmou Fux.
Ataques ao STF
Na quarta-feira (4/8), Alexandre de Moraes aceitou o pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e incluiu o presidente no inquérito das fake news.
Bolsonaro será investigado por crimes cometidos pela disseminação de informações falsas e ataques contra as instituições. O presidente acusa as eleições de serem fraudadas.
Mais cedo, em entrevista à Rádio 93 FM do Rio de Janeiro, o presidente convocou uma manifestação para a população da cidade de São Paulo se manifestar na Avenida Paulista contra os ministros com o objetivo de "defender a Constituição".
"Não podemos continuar com ministros (Judiciário) arbitrários", declarou.
De acordo com Bolsonaro, Moraes é "a própria mentira dentro do STF". Para ele, o ministro faz "ações intimidatórias" e "joga fora da Constituição". "A hora dele vai chegar", ameaçou Bolsonaro.
Além disso, Bolsonaro também vem atacando Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nos últimos meses, o presidente vem falando a apoiadores que ganhou as eleições em primeiro turno. De acordo com ele, o pleito de 2018 foi fraudado para que Fernando Haddad (PT) tivesse a oportunidade de enfrentá-lo em segundo turno.
Bolsonaro foi eleito o 38º presidente da República com 57.797.847 votos (55,13% dos votos válidos).
Bolsonaro foi eleito o 38º presidente da República com 57.797.847 votos (55,13% dos votos válidos).
Para o presidente, Barroso vem escondendo provas de fraude por defender o atual sistema eleitoral.
* Estagiária sob supervisão do subeditora João Renato Faria.