No mesmo dia em que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, pediu para o procurador-geral da República, Augusto Aras, a necessidade de defesa da democracia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que “é muito fácil impor uma ditadura no Brasil”. A declaração foi feita durante um almoço com empresários em Santa Catarina.
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Reunião sobre bula da cloroquina não teve registro em áudio ou vídeoBolsonaro: 'Só Deus me tira da presidência'Bolsonaro: 'Nunca proferi uma só palavra fora das 4 linhas da Constituição'Bolsonaro xinga presidente do TSE: 'Aquele filho da puta do Barroso'Bolsonaro: 'STF quer a volta da impunidade'Ainda de acordo com o presidente, mesmo com o abalo dos poderes, ele não vai sair da cadeira da presidência. “Não estou preocupado em me manter presidente. Já dou recado: só Deus me tira daquela cadeira”, afirmou.
No fim da tarde de quinta-feira (5/8), o presidente do STF, Luiz Fux, cancelou a reunião entre os poderes. A ação foi feita após Bolsonaro atacar os ministros da Corte Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. "Quando se ataca um integrante desta Corte, se ataca a todos", afirmou Fux.
Durante a agenda em Santa Catarina, Bolsonaro também negou ter atacado a Suprema Corte e declarou que o que menos existe com o STF é harmonia. "Não estou atacando o Supremo Tribunal Federal. Longe disso. O que menos existe, parece, é harmonia. Nunca proferi uma só palavra, tive um só ato, uma só posição fora das quatro linhas da Constituição. Eu quero é governar, continuar lutando para que nosso país, nosso povo tenham dias melhores" disse o presidente.
Ele também disse estar aberto ao diálogo e "a rasgar o verbo" com o Fux.
"Da minha parte, conversar com vossa excelência, ministro Fux, estou aberto ao diálogo. Não tem problema nenhum. Só nós dois. Ou chama lá também o Rodrigo Pacheco. Convido também o Arthur Lira. Nós quatro. Sem problema nenhum. Vamos nós quatro ali rasgar o verbo. Com compromisso de não sair e tagarelar para a imprensa. Estou à disposição", concluiu.
Ataques ao STF
Na quarta-feira (4/8), Alexandre de Moraes aceitou o pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e incluiu o presidente no inquérito das fake news.
Bolsonaro será investigado por crimes cometidos pela disseminação de informações falsas e ataques contra as instituições. O presidente acusa as eleições de serem fraudadas.
Mais cedo, em entrevista à Rádio 93 FM do Rio de Janeiro, o presidente convocou uma manifestação para a população da cidade de São Paulo se manifestar na Avenida Paulista contra os ministros com o objetivo de "defender a Constituição".
"Não podemos continuar com ministros (Judiciário) arbitrários", declarou.
De acordo com Bolsonaro, Moraes é "a própria mentira dentro do STF". Para ele, o ministro faz "ações intimidatórias" e "joga fora da Constituição". "A hora dele vai chegar", ameaçou Bolsonaro.
Além disso, Bolsonaro também vem atacando Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nos últimos meses, o presidente vem falando a apoiadores que ganhou as eleições em primeiro turno. De acordo com ele, o pleito de 2018 foi fraudado para que Fernando Haddad (PT) tivesse a oportunidade de enfrentá-lo em segundo turno.
Bolsonaro foi eleito o 38º presidente da República com 57.797.847 votos (55,13% dos votos válidos).
Bolsonaro foi eleito o 38º presidente da República com 57.797.847 votos (55,13% dos votos válidos).
Para o presidente, Barroso vem escondendo provas de fraude por defender o atual sistema eleitoral.
* Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria.