Está claro, entre banqueiros e empresários, de que o presidente Jair Bolsonaro é pior do que Dilma Rousseff no comando do país. Ainda que muitos se queixem da falta de habilidade da ex-presidente para tocar o país, nada se compara às loucuras de Bolsonaro, que criou um mundo paralelo e deixou de governar o país.
Os donos do dinheiro reconhecem, agora, que erraram em apoiar Bolsonaro nas eleições de 2018 somente para não ver o PT de volta do poder. Admitem, inclusive, que, se Fernando Haddad tivesse vencido a disputa eleitoral, o Brasil estaria em uma situação muito melhor do que a atual. Primeiro, porque Haddad é uma pessoa sensata, aberta ao diálogo.
Nas conversas, banqueiros e empresários dizem que Bolsonaro perdeu uma grande oportunidade para mostrar que teria condições de se superar, mesmo tendo saído da ralé do Congresso — o quinto escalão do baixo clero. Bastava ter bom senso no cargo. Alguns dizem que, se o presidente tivesse reconhecido a pandemia do novo coronavírus, agido rapidamente para comprar vacinas, seria reeleito no primeiro turno.
Agora, com enorme rejeição junto à população, Bolsonaro ataca o sistema eleitoral, desacredita as urnas eleitorais, alimenta um confronto desnecessário com o Supremo Tribunal Federal (STF). Sabe que, mantida a atual conjuntura, corre o risco de nem chegar ao segundo turno em 2022.
No entender dos donos do dinheiro, ainda é possível construir uma candidatura de terceira via com potencial para brigar com os extremos de direita (Bolsonaro) e de esquerda (Lula). Mas está claro que boa parte deles votará em Lula caso o competidor seja Bolsonaro. A alegação é de que o Brasil não aguentaria mais quatro anos com um “capitão tresloucado” dando as cartas.
Sobre a comparação entre Bolsonaro e Dilma, ressaltam ainda que a petista era uma pessoa difícil, errou na condução da política econômica, mas não era corrupta — o PT, sim. Bolsonaro, além de não querer governar, fugir dos principais problemas do país (saúde, desemprego e pobreza), deixa correr tudo muito solto. Basta ver o que ocorreu no Ministério da Saúde com a vacina indiana Covaxin.