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Janaina Paschoal: distribuição de comida na Cracolândia 'só ajuda o crime'

Deputada estadual criticou ação humanitária feita pelo padre Júlio Lancellotti em São Paulo


08/08/2021 15:44 - atualizado 08/08/2021 16:01

Janaina Paschoal (foto), deputada estadual, foi ao Twitter criticar ação humanitária de Júlio Lancellotti, padre(foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Janaina Paschoal (foto), deputada estadual, foi ao Twitter criticar ação humanitária de Júlio Lancellotti, padre (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) teceu críticas à distribuição de alimentos a pessoas em situação de rua que vivem nas proximidades da Cracolândia, em São Paulo. O espaço é frequentado por usuários de entorpecentes. No Twitter, ela reclamou de ações humanitárias conduzidas pelo padre Júlio Lancellotti, histórico militante em prol dos Direitos Humanos.

Janaina comentou o assunto nesse sábado (7/8), após mencionar denúncias feitas por Lancellotti sobre a tentativa da Polícia Militar de impedir a distribuição de marmitas.

"As pessoas que moram e trabalham naquela região já não aguentam mais. O padre e os voluntários ajudariam se convencessem seus assistidos a se tratarem e irem para os abrigos. A distribuição de alimentos na Cracolândia só ajuda o crime. O tema precisa ser debatido com honestidade", escreveu a parlamentar.



Lancellotti é vigário para o povo de rua na Arquidiocese paulistana. Ao jornalista Jamil Chade, do "UOL", ele lamentou as declarações de Janaína. "Alimentar aquelas pessoas na Cracolândia é uma questão humanitária. Não seria matá-los de fome que resolveria o problema".

Pelo Twitter, o religioso também se manifestou sobre as falas de Janaína. Ele compartilhou uma imagem em que uma mulher aparece dormindo mesmo ante os mais de 562 mil mortos por COVID-19 no país; a figura tem, ainda, uma versão "agitada" da deputada do PSL diante da frase "padre doando comida".


Deputada tenta se 'justificar'; padre diz que 'alimento não é o fim'

Neste domingo (8/8), Janaina voltou ao Twitter para tentar "explicar" a publicação de ontem. A deputada fez menção à presença de pessoas que, nas palavras dela, ficam em vias públicas "chapadas pelo crack" enquanto crianças se dirigem a escolas. A ideia, segundo a pesselista, era propor uma "reflexão".

"Pergunto a todas as pessoas que estão me detonando o seguinte: Se você tivesse um parente se matando com drogas na Cracolândia, o que preferiria: alguém que o alimentasse ali, possibilitando sua permanência no vício, ou alguém que o estimulasse a sair daquela condição?", indagou.

Ao "UOL", Lancellotti explicou que a entrega de comida é uma forma de criar vínculos com as pessoas afetadas pelas drogas para, gradualmente, ajudá-los a deixar o vício. "O alimento não é o fim. É a forma de estar próximos e buscar saídas", observou.

O padre ressaltou que a corrupção - e não o alimento - é mecanismo responsável por "favorecer" o crime. A acolhida é a aposta de Lancellotti para socorrer os que vivem ao redor da Cracolândia. "Eles não serão transformados pela força do fuzil e das carabinas. Serão transformados pela humanização da vida", asseverou.

Artífice do impeachment, Janaina foi colega de partido de Bolsonaro

Jurista, Janaina Paschoal foi uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma Rousseff. A petista deixou a presidência da República em 2016.

Em 2018, a advogada conseguiu uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pelo PSL, legenda que também abrigava Jair Bolsonaro, hoje sem partido. Apesar disso, Janaína não diz ser bolsonarista - e, recentemente, tem alternado entre críticas e sinais de apoio ao governo.

Recordista de votos recebidos por um parlamentar, a deputada foi escolhida por 2.060.786 cidadãos no pleito que disputou.


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