O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), diminuiu a importância das acusações, sem provas, de fraude eleitoral feitas pelo presidente Jair Bolsonaro contra o voto eletrônico. Em entrevista a O Antagonista, o presidente da Câmara também afirmou que a proposta de voto impresso, defendida por Bolsonaro, é muito menos importante do que os principais assuntos na pauta do Brasil, entre eles, o novo programa social Auxílio Brasil, a questão dos precatórios, as reformas tributária e administrativa, bem como questões ambientais "muito graves".
"Todos os parlamentares que estão na Câmara foram eleitos pela urna eletrônica. Particularmente tenho oito eleições. Seis delas, na urna eletrônica. Tenho dito sempre que nós que fomos e somos eleitos por ela não podemos estar contestando um sistema que funciona e até o momento não houve nenhum tipo de maiores esclarecimentos sobre fraudes", disse Lira. Entretanto, o presidente da Câmara disse que não descarta alterações sobre o sistema eleitoral que possam tornar a auditoria dos votos mais clara à população.
Entre as medidas, Lira destacou a ampliação dos atuais programas de auditagem das urnas para 1,5 mil ou 2,5 mil, dos atuais 400 mil aparelhos. Nas últimas eleições, cerca de 100 urnas participaram do programa de checagem. Em contraste, Lira destacou que caso seja aprovada a comprovação de voto, a medida teria de valer para 100% das urnas.
A proposta de voto impresso ou comprovante eleitoral deve ser votada pelo plenário da Câmara amanhã, 10, após o parecer do deputado Filipe Barros (PSL-PR) ter sido derrotado na comissão especial que analisa o assunto. Segundo Lira, a decisão de enviar o texto ao Plenário foi tomada após conversa com muitos líderes, sem que houvesse unanimidade, e visa apaziguar e superar o assunto. "O que precisa haver neste momento é serenidade. Colocar água nesta fervura e que não haja vencedores nem vencidos", disse.
Hoje mais cedo, o presidente havia indicado a possibilidade de a mudança não ser aprovada. Segundo Bolsonaro, sem uma negociação ou acordo antes, o texto deve ser derrotado. O presidente da Câmara relatou que Bolsonaro se comprometeu a aceitar o resultado da votação em plenário.
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