O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta terça-feira (10/8) que a cúpula militar está sendo ‘subornada’ pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e se transformando em um ‘partido miliciano’.
O político, que já anunciou sua pré-candidatura à presidência da República nas eleições de 2022, disse que "mordeu a língua" ao ter acreditado parcialmente em alguns setores do governo, como o militar e o econômico, chefiado por Paulo Guedes.
“Em vez de os militares moderarem Bolsonaro, ele subornou essa cúpula militar que está perigosamente sendo transformada em um partido político miliciano. Esse problema é o que temos que enfrentar agora”, disse Ciro durante entrevista no programa Conversa com o Bial, da TV Globo.
Ciro ainda chamou o chefe do Executivo de 'canalha' e disse que, quando ele ainda era deputado federal, roubava dinheiro público. "Eu conheço o Bolsonaro e sei que o Bolsonaro é um grande canalha desde sempre. Eu fui contemporâneo dele deputado. O Bolsonaro roubava dinheiro da gasolina do gabinete, roubava dinheiro de funcionários fantasmas, roubava dinheiro do auxílio moradia. E o Bolsonaro sempre foi um cara ligado a tortura, às milícias", declarou.
O pedetista também fez duras críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele apontou que Lula cometeu erros durante a gestão à frente do Executivo e traçou um paralelo entre entre os chamados "bolsonarismo" e "lulopetismo".
"Eu venho de longa data, o Lula também. O Lula comete equívocos estratégicos que têm uma explicação: o lulocentrismo. O egolatrismo absolutamente sem contraste e agora piorado porque os grandes amigos que ele tinha que diziam 'menos, Lula' morreram todos. Ele está cercado de bajuladores de quinto nível. O ego do Lula agora não tem reparo, não tem contradição, despirocou geral. Não mudou nem uma ideia sobre nada. E agora tá piorado, porque ele considera, vamos dizer, que o crime compensa", disse.