A Polícia Legislativa da Assembleia de Minas e as polícias Civil e Militar acertaram, nesta terça-feira (10/8), estratégia para fazer varreduras nos gabinetes dos deputados estaduais que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Agentes da inteligência das corporações vão vistoriar os espaços a fim de encontrar possíveis escutas. Uma suspeita de espionagem foi levantada por Professor Cleiton (PSB), que compõe o comitê de investigação.
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Ausente em ato militar, Mourão viu participação como inadequadaCPI: Hélcio Bruno fez posts contra Cármen Lúcia e o STFAssembleia de Minas já pode votar marco legal dos fretadores em 1° turnoA possibilidade de verificar a existência de possíveis escutas é debatida pelos deputados desde a semana passada, quando Professor Cleiton revelou ter tido o seu celular grampeado. Segundo ele, assessores parlamentares receberam telefonemas anônimos em que interlocutores pedem informações sobre as atividades que desempenham.
A ideia é fazer um "pente-fino" nos escritórios dos sete integrantes titulares da CPI e estender o processo aos gabinetes dos sete suplentes. As varreduras precisarão ser autorizadas por cada um dos deputados e, também, pelo presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV).
A "Rádio 98 FM" antecipou a possibilidade de a Polícia Legislativa do Senado Federal ser chamada para ajudar nas verificações. A reportagem confirmou que a ideia é aventada nos bastidores da Assembleia.
O comitê que examina a gestão da Cemig não vai se debruçar sobre a suposta espionagem. A mira está em contratos sem licitação assinados pela empresa. A primeira a depor, na segunda (16), será Débora Lage Martins, superintendente da auditoria interna da estatal. Ela terá que explicar aos deputados os termos firmados sem concorrência.
"Já entramos em contato com quem tem a prerrogativa de fazer essa investigação. Na CPI, a gente não vai discutir isso mais. Agora, a CPI toma um rumo novo: fazer as oitivas e (a análise dos) contratos. Deixamos com os órgãos responsáveis a averiguação da suspeita que foi levantada", diz Professor Cleiton.
Contrato com auditoria será investigado
Em meio à análise dos contratos celebrados sem licitação, a CPI da Cemig quer entender os meandros da negociação com a Kroll, empresa de segurança cibernética que presta serviços para a estatal. O objetivo é esclarecer se a auditoria tem conexões com as suspeitas de espionagem.
A Cemig, em nota encaminhada à reportagem na semana passada, quando surgiram as denúncias de escrutínio sobre os deputados, garantiu ter contratado a Kroll - e outros escritórios - para "dentro dos estritos limites de sua atuação corporativa, proceder a investigação independente de denúncias recebidas do Ministério Público do Estado de Minas Gerais".
A Kroll, por seu turno, assegurou atuar "estritamente dentro da lei", sem tolerar "qualquer tipo de atividade ilícita, assim como não admite afirmações levianas e incorretas sobre sua atuação". "A Kroll informa que confia no processo político e na legitimidade da CPI, da mesma forma em que acredita que a imunidade parlamentar não deve ser usada para ofender a reputação de empresas idôneas. As acusações são inverídicas e não procedem", lê-se em trecho de posicionamento da empresa.
A venda de subsidiárias da Cemig, como Light e Renova, e a transferência de atividades administrativas da companhia para São Paulo também compõem o escopo da CPI.