O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ficou inconformado com o resultado da votação na Câmara dos Deputados, que derrubou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso.
Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (11/8), ele alegou que parte dos parlamentares que votaram contra o texto foi chantageada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.
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Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (11/8), ele alegou que parte dos parlamentares que votaram contra o texto foi chantageada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.
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“Parte da outra metade, que votou contra, entendo que votou chantageada. Uma outra parte, que se absteve, não são todos, são alguns ali, também não votaram com medo de retaliação. A gente vê um cidadão andando pelos corredores da Câmara, repetindo exatamente o que falou José Dirceu”, disse o presidente.
Bolsonaro parabenizou os 229 votos favoráveis à proposta. “Esse pessoal votou de forma consciente e deu um grande recado ao Brasil. Eles não acreditam na lisura das eleições. Eu perguntaria agora àqueles que estão trabalhando por interesses pessoais se eles querem enfrentar eleições ano que vem com a mácula da desconfiança que não vem de agora. Eu tenho certeza que, cada vez, teremos mais gente a nosso favor.”
A PEC do voto impresso foi derrotada pelo Plenário da Câmara no final da noite de terça-feira (10/8). Foram 218 votos pelo seu arquivamento e 229 votos favoráveis. Era necessário o apoio de no mínimo 308 deputados para ser aprovado e, em seguida, ser encaminhado ao Senado Federal.
A contagem de votos via cédulas físicas é reivindicação de Bolsonaro. A PEC sobre o tema foi apresentada por Bia Kicis (PSL-DF), aliada ao chefe do poder Executivo. O texto foi pensado para que o eleitor pudesse consultar, em papel, os votos dados na urna eletrônica. As escolhas ficariam registradas em um documento que poderia ser conferido visualmente pelo cidadão ainda no ato da votação.
A baixa probabilidade de sucesso da pauta bolsonarista já havia sido ressaltada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Com isso, o texto será arquivado.