A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Empresa de Transportes de Belo Horizonte (BHTrans), instalada pela Câmara Municipal de BH, aprovou nesta quarta-feira (11) a quebra de sigilo telefônico, bancário e de dados de 23 pessoas. Elas estão ligadas aos consórcios de transporte ou fizeram parte do processo licitatório do transporte coletivo de 2008 que culminaram no contrato em vigor com as empresas de ônibus.
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Presidente da CPI que busca abrir a "caixa preta" da BHTrans, o vereador Gabriel (sem partido) fez coro à quebra do sigilo das pessoas ligadas às empresas de ônibus. O parlamentar também salientou que as investigações já desencadearam em parcerias com outros órgãos.
"Aprovamos a quebra de sigilo, fiscal e telefônico, de 23 pessoas, muitas envolvidas em empresas, um conluio, do processo de licitação de 2008, do contrato que está em vigor até hoje. Tudo isso ajuda a um esforço enorme que reúne ainda o Ministério Público de Contas, com quem a gente assina nos próximos dias um termo de cooperação, e o Ministério Público de Minas Gerais, que ontem (terça-feira) anunciou finalmente a formalização de uma força-tarefa com vários vieses dentro da instituição para auxiliar nesta investigação", disse.
Na reunião desta quarta, André Barra, tido como gestor da Tecnotran - empresa que teria inscrito as concessionárias de ônibus no processo licitatório de 2008 - iria depor. Contudo, ele conseguiu um habeas corpus e teve o direito de se ausentar garantido pela Justiça. A Câmara de BH recorreu da decisão.
A CPI da BHTrans volta a se reunir na próxima quarta-feira (18), a partir das 9h. Os vereadores esperam colher o depoimento de Renata Barra, filha de André Barra e também ligada à Tecnotrans. Pessoas ligadas aos ônibus suplementares também devem prestar depoimento em 18 de agosto.