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Estado de Minas LEGISLATIVO MUNICIPAL

CPI da BHTrans quebra sigilo de 23 pessoas ligadas a empresas de ônibus

Comissão da Câmara de BH busca abrir a 'caixa preta' da empresa que administra o transporte público na capital mineira


11/08/2021 13:44 - atualizado 11/08/2021 14:05

Reunião desta quarta contaria com um depoimento, mas o depoente se ausentou embasado em decisão judicial(foto: Cláudio Rabelo/CMBH)
Reunião desta quarta contaria com um depoimento, mas o depoente se ausentou embasado em decisão judicial (foto: Cláudio Rabelo/CMBH)
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Empresa de Transportes de Belo Horizonte (BHTrans), instalada pela Câmara Municipal de BH, aprovou nesta quarta-feira (11) a quebra de sigilo telefônico, bancário e de dados de 23 pessoas. Elas estão ligadas aos consórcios de transporte ou fizeram parte do processo licitatório do transporte coletivo de 2008 que culminaram no contrato em vigor com as empresas de ônibus.

O requerimento foi aprovado por unanimidade entre os membros da CPI. A vereadora Bella Gonçalves (Psol), autora do texto, compreende que esta é uma maneira de obter maiores informações sobre um possível cartel do transporte coletivo na cidade de Belo Horizonte.

"Entendemos que se existe um cartel ou indícios de cartel em um esquema muito provavelmente fraudulento, é preciso que a gente obtenha informações mais precisas no sentido de responsabilizar os corruptores, esses empresários que têm se beneficiado do esquema do transporte coletivo, que é um esquema bilionário na cidade de Belo Horizonte", afirmou.

Presidente da CPI que busca abrir a "caixa preta" da BHTrans, o vereador Gabriel (sem partido) fez coro à quebra do sigilo das pessoas ligadas às empresas de ônibus. O parlamentar também salientou que as investigações já desencadearam em parcerias com outros órgãos.

"Aprovamos a quebra de sigilo, fiscal e telefônico, de 23 pessoas, muitas envolvidas em empresas, um conluio, do processo de licitação de 2008, do contrato que está em vigor até hoje. Tudo isso ajuda a um esforço enorme que reúne ainda o Ministério Público de Contas, com quem a gente assina nos próximos dias um termo de cooperação, e o Ministério Público de Minas Gerais, que ontem (terça-feira) anunciou finalmente a formalização de uma força-tarefa com vários vieses dentro da instituição para auxiliar nesta investigação", disse.

Na reunião desta quarta, André Barra, tido como gestor da Tecnotran - empresa que teria inscrito as concessionárias de ônibus no processo licitatório de 2008 - iria depor. Contudo, ele conseguiu um habeas corpus e teve o direito de se ausentar garantido pela Justiça. A Câmara de BH recorreu da decisão.

A CPI da BHTrans volta a se reunir na próxima quarta-feira (18), a partir das 9h. Os vereadores esperam colher o depoimento de Renata Barra, filha de André Barra e também ligada à Tecnotrans. Pessoas ligadas aos ônibus suplementares também devem prestar depoimento em 18 de agosto.


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