A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) discutiu com o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, nesta quarta-feira (11/8). “O maior propagador de fake news nesta CPI foi o senhor”, disse a senadora ao governista.
A CPI ouve mesta quarta o diretor-executivo da farmacêutica Vitamedic, Jailton Batista. Os senadores questionam o depoente sobre as vendas da ivermectina e demais medicamentos do “kit covid”, sem eficácia comprovada contra o coronavírus.
Durante os questionamentos, Heinze voltou a defender os medicamentos e citou novamente estudos inexistentes. Eliziane, que presidia a CPI no momento, interrompeu o senador e rebateu as falas do governista.
“Heinze, o maior propagador de fake news desta CPI, foi o senhor”, afirmou a senadora. “Que fake news?”, perguntou Heinze.
“O senhor traz tanta informação errada nesta CPI… não é só hoje, em todas as sessões”, disse Eliziane.
Os dois começaram discutir. "O senhor é desonesto!", disse Eliziane. "Desonesto!."
"Não me chame de desonesto... não me chame! Eu sou sério! Eu sou sério", respondeu Heinze.
Luis Carlos Heinze é defensor do 'tratamento precoce' contra a COVID-19, apesar de não ter comprovação científica. Para tentar justificar suas falas, ele cita "dados" e "estudos científicos" para sustentar sua defesa. Ao citar uma dessas pesquisas, o senador foi acusado de 'cair' em uma fake news, que envolvia a ex-atriz pornô Mia Khalifa.
O dia da CPI
O diretor-executivo da farmacêutica Vitamedic, Jailton Batista, depõe, nesta quarta-feira (11/8), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, no Senado. A empresa é uma das maiores vendedoras do "kit COVID" no Brasil.
A Vitamedic foi alvo de um requerimento de informações aprovado em junho pela comissão. De acordo com relatórios enviados à CPI, apenas as vendas da ivermectina saltaram de 24,6 milhões de comprimidos em 2019 para 297,5 milhões em 2020, crescimento superior a 1.105%. O preço médio da caixa com 500 comprimidos subiu de R$ 73,87 para R$ 240,90, uma elevação de 226%.
O requerimento original do relator Renan Calheiros (MDB-AL) previa a presença de outro representante da Vitamedic, o empresário José Alves Filho. Ele já teve até mesmo os sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário quebrados pela CPI, porém a empresa solicitou a substituição do depoente.
Em ofício enviado à CPI, o empresário argumenta que, como acionista da Vitamedic, poderia responder apenas sobre “investimentos fabris e novas aquisições”. E sugere que a comissão tome o depoimento de Jailton Batista, a quem caberia “a administração das rotinas diárias” da empresa.