Durante entrevista do deputado Ricardo Barros (PP-PR) à GloboNews, a jornalista Maria Beltrão, apresentadora da emissora, disse ao líder do governo na Câmara que ele estava agredindo a inteligência de seus entrevistadores no programa.
A declaração foi dada depois de Barros afirmar que a CPI atrapalhou a negociação de vacinas para o Brasil. Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) trabalhou para a aquisição dos imunizantes contra a COVID-19.
“Se me permite, deputado, essa questão de dizer que havia um problema legislativo, que Bolsonaro realmente tinha a intenção de comprar vacinas... O presidente, se tivesse vontade, poderia comprar vacinas em julho. Teria conversado com o Congresso, feito uma medida provisória… Enfim, essa história, com toda sinceridade, isso aí é uma agressão à nossa inteligência”, afirmou a jornalista.
“Eu respeito seu ponto de vista, mas não havia como comprar”, respondeu Barros.
“Por falta de iniciativa”, rebateu Beltrão.
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%u2014 Renan Brites Peixoto (@RenanPeixoto_) August 12, 2021
Mais cedo na CPI da COVID, Barros acusou os senadores de atrasarem negociações de vacinas. "O mundo inteiro quer comprar vacinas, e eu espero que esta CPI traga bons resultados para o Brasil, produza um efeito positivo para o Brasil, porque o negativo já produziu muito, afastou muitas empresas interessadas em vender vacina ao Brasil, que não se interessam mais”, disse.
A decisão pelo encerramento da sessão aconteceu após o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentar uma questão de ordem em que sugeria que a sessão fosse encerrada, e Ricardo Barros prestasse novo depoimento, agora na condição de convocado.
O dia da CPI
O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara, depôs à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado.
Após relato do também parlamentar Luis Miranda (DEM-DF), Barros foi acusado de estar envolvido no suposto esquema de propina para a compra da Covaxin.
Após relato do também parlamentar Luis Miranda (DEM-DF), Barros foi acusado de estar envolvido no suposto esquema de propina para a compra da Covaxin.
Ricardo Barros foi ministro da Saúde durante a gestão de Michel Temer (MDB). O nome dele teria sido mencionado por Bolsonaro, ao descobrir um esquema de corrupção dentro da pasta, segundo apontou Luis Miranda em depoimento à CPI no final de junho.
Aos senadores, Miranda disse que o presidente tinha a desconfiança da atuação do deputado em torno das pressões no Ministério da Saúde em favor da vacina da empresa indiana Bharat Biotech.
Aos senadores, Miranda disse que o presidente tinha a desconfiança da atuação do deputado em torno das pressões no Ministério da Saúde em favor da vacina da empresa indiana Bharat Biotech.
O pedido para convocar Barros partiu de Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Originalmente, a ideia era ouvi-lo antes do recesso parlamentar de julho. Os adiamentos do depoimento geraram a irritação do líder de Bolsonaro na Câmara, que chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele teve os sigilos telefônico, bancário, fiscal e telemático quebrados na semana passada.
Ele teve os sigilos telefônico, bancário, fiscal e telemático quebrados na semana passada.
Além do envolvimento no esquema de corrupção os senadores buscam esclarecer a relação de Barros com Francisco Maximiano, proprietário da Precisa Medicamentos, que teria intermediado a venda de vacinas da Covaxin para o Ministério da Saúde.