Jornal Estado de Minas

AÇÃO POPULAR

Em Pedra Azul, Justiça suspende aumento de 30% no salário dos vereadores

Um recurso movido pela Câmara Municipal de Pedra Azul foi negado pela 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Os parlamentares propuseram um aumento de 30% no próprio salário, vigente deste 2017.



A proposta contrariou a população do município, que moveu uma ação popular para impedir a decisão. Segundo o processo, o aumento reajustaria os valores de R$ 4,9 mil para R$ 6,37 mil por mês. 

É a segunda vez que o TJMG nega o recurso, que foi movido pela primeira vez na última candidatura, em 2017. Em ambos os casos, os integrantes da Casa Legislativa solicitaram o aumento do subsídio na mesma legislatura. 

A tentativa, de acordo com o juiz Guilherme Rueda, responsável pelo caso, desrespeita ao mesmo tempo os princípios constitucionais da anterioridade, da inalterabilidade e da moralidade.

O magistrado enfatizou que o princípio da anterioridade, instituído pelo artigo 29-A da Constituição Federal, dispõe que qualquer modificação que acarrete aumento nos subsídios dos agentes políticos deve ser providenciada em legislatura anterior.

“A finalidade da norma é resguardar a moralidade administrativa, havendo respeitável entendimento jurisprudencial de que a revisão deve ocorrer, inclusive, antes do pleito que versar sobre a eleição dos vereadores para a próxima legislatura”, ressaltou o juiz.

A Justiça decidiu a favor da população, declarando ilegais as alterações feitas. O magistrado condenou os políticos a restituírem todos os valores recebidos indevidamente, corrigidos monetariamente e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês. 




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