O prefeito de Ipanema, na Região do Vale do Rio Doce, Júlio Fontoura (PL), foi acusado pelo Ministério Público de Minas Gerais, nesta segunda-feira (16/8), de desviar vacinas contra a COVID-19. Segundo nota do MPMG, o político e sua esposa, Tatiane Bacelar, foram vacinados antes dos profissionais de saúde da linha de frente do enfrentamento do coronavírus.
De acordo com denúncia anônima, o prefeito do município havia sido vacinado no dia 19 de janeiro, primeiro dia de imunização da cidade, sendo a quarta pessoa a receber a dose da vacina, e sua esposa no dia 1º de fevereiro. A denúncia ainda divulgou que Júlio e Tatiane são dentistas e o político decidiu, à época, vacinar os demais dentistas e auxiliares da cidade.
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No dia 19 de janeiro, data em que o prefeito foi vacinado, a cidade recebeu sua primeira remessa com 60 doses e 258 na segunda, no dia 29 de janeiro. Segundo a denúncia o município tinha 159 pessoas, que necessitariam de 318 doses, no grupo que deveria ser imunizado prioritariamente.
A pena prevista para o crime de apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio é de dois a 12 anos de reclusão. A decisão do juiz Felipe Ceolin Lirio, foi o bloqueio dos bens do prefeito no valor de R$ 76.413,70 e da esposa de R$ 10.536,10.
Tatiane Bacelar, respondeu em entrevista à afiliada da Rede Globo, que a denúncia é “equivocada” e que os dois não fizeram nada que não fosse de direito deles. Ela também afirmou que foi imunizada com a primeira dose da vacina Oxford/AztraZeneca e que o Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais havia colocado os profissionais da área como grupo de prioridade na vacinação.
Conforme último dado disponível, a vacinação do município convocou os moradores de 32 anos ou mais, sem comorbidades, para vacinar. Segundo o vacinômetro da Prefeitura de Ipanema, atualizado no dia na quinta-feira (12/8), 9908 pessoas foram vacinadas com a primeira dose e 3961 com a segunda.
A reportagem tentou contato com a prefeitura mas não obteve resposta até a publicação deste texto.
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria