Jornal Estado de Minas

INVESTIGAÇÕES NO SENADO

CPI ouve auditor do TCU que criou estudo contestando mortes da COVID-19

O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques depõe nesta terça-feira (17/8) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado. Ele teria elaborado um “estudo paralelo” segundo o qual metade das mortes confirmadas no Brasil por COVID-19 não teriam ocorrido.





A convocação de Alexandre Marques foi sugerida pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que afirmaram buscar “esclarecer os detalhes da participação” do auditor na produção do “estudo paralelo”. Esse relatório chegou a ser citado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como um documento oficial do TCU. Em junho, o auditor foi afastado do cargo.

Após o TCU negar autoria do estudo, o caso perdeu relevância para os senadores que integram a CPI. No entanto, a volta do interesse surgiu depois de Alexandre afirmar à Corregedoria do tribunal que o documento foi adulterado e criticou Bolsonaro por fazer a divulgação indevida.

"Achei totalmente irresponsabilidade o mandatário da nação sair falando que o tribunal tinha um relatório publicado, que mais da metade das mortes por COVID não era por COVID. Eu achei uma afronta a tudo que a gente sabe que acontece, a todas as informações públicas, à ciência", afirmou o auditor à corregedoria.

Alexandre Marques recebeu o direito de ficar em silêncio em questionamentos que possam incriminá-lo na sessão, após decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Instalada em 27 de abril deste ano, a CPI da COVID apura possíveis ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e repasses de verbas a estados e municípios.





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