Os deputados estaduais já podem votar, em primeiro turno, o Projeto de Lei (PL) que autoriza o governo de Minas Gerais a firmar acordo com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) para a produção de vacina antiCOVID-19. O texto, aprovado nesta quarta-feira (18/8) pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, trata do papel do poder Executivo na garantia de apoio técnico, científico e financeiro à pesquisa e produção de imunizantes. Agora, a ideia segue para análise em plenário.
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Rafael Martins apresentou o projeto em janeiro deste ano, quando a campanha de vacinação começava e caminhava a passos lentos. Com o avanço da imunização, o objetivo é viabilizar que a Funed atenda eventuais necessidades por mais doses. Ontem, a Saúde estadual comunicou que já há transmissão comunitária da variante delta.
"Tenho muito orgulho desse projeto de lei, que evidencia a Funed como fundação capaz de produzir esse imunizante tão necessário para a nossa população", disse o deputado.
"Em nosso estado, a Funed tem larga tradição na produção de vacinas e soros e é dotada de profissionais qualificados, de equipamentos e instalações adequadas. Consideramos fundamental utilizar a capacidade instalada da fundação para produzir vacinas contra o coronavírus, único meio de conter a pandemia", defendeu o presidente da Comissão de Saúde, João Vítor Xavier (Cidadania), que relatou o texto no colegiado.
Gafe e diálogo lento fizeram MG perder vacina
Em janeiro, o Estado de Minas revelou que o governo estadual chegou a costurar acordo com a Sinopharm, laboratório chinês que desenvolveu um imunizante contra o coronavírus. As negociações fracassaram em agosto do ano passado, após representantes do Palácio Tiradentes terem proposto uma reunião às 16h, de Brasília - 3h, em Pequim.
Além da gafe diplomática, os responsáveis pela tratativa apontaram lentidão de Minas Gerais nas conversas. Já havia um memorando de entendimento (MoU, em inglês) firmado entre as partes, para celebrar o início das negociações.
À época, uma fonte ligada à Funed assegurou à reportagem que, se o acordo tivesse saído do papel, o imunizante já poderia estar sendo produzido na fundação.