O senador governista
Marcos Rogério
(DEM-RO) comparou o
slide
feito pelo vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) da COVID
, senador
Randolfe Rodrigues
(Rede-AP), com o
powerpoint
feito pelo ex-procurador da força-tarefa da Lava-Jato Deltan
Dallagnol
.
“Hoje nós tivemos aqui até mesmo a revisão da Lava-Jato, o powerpoint lá de Curitiba voltou na CPI, tá voltando, muitos aqui condenavam. Alguém dizia na época ‘não temos provas, temos convicção’. Falavam né?", afirmou.
O
powerpoint
foi utilizado por Randolfe durante depoimento do advogado da Precisa Medicamentos
Túlio Silveira
.
Nas imagens, o vice-presidente da CPI constatou que Silveira exerceu ao menos três funções de novembro a março. Em outro slide, o senador apresenta as relações da Precisa com o PP, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, e Ciro Nogueira , recém-nomeado ministro da Casa Civil do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Nas imagens, o vice-presidente da CPI constatou que Silveira exerceu ao menos três funções de novembro a março. Em outro slide, o senador apresenta as relações da Precisa com o PP, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, e Ciro Nogueira , recém-nomeado ministro da Casa Civil do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Já o powerpoint de Dallagnol foi utilizado para acusar o ex-presidente Luiz Inácio
Lula
da Silva (PT) de chefiar uma organização criminosa.
Por meio de um complexo diagrama, com todas as setas apontando para o nome do petista, o procurador acabou virando alvo de críticas, dando origem ao bordão “não temos provas, mas temos convicção”. O caso chegou até mesmo a virar uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por abuso de poder por parte do servidor.
O dia da CPI
Túlio Silveira
, advogado da
Precisa Medicamentos
, depõe nesta quarta-feira (18/8), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado. Ele é o representante legal da empresa na negociação da vacina
Covaxin
, da
Bharat Biotech
, com o Ministério da Saúde.
O pedido de convocação de Túlio foi feito pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Ele substitui a acareação entre o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e o deputado Luis Miranda (DEM-DF), inicialmente prevista para hoje. Senadores do comando da CPI avaliaram que a acareação não traria nenhum fato novo que ajudasse nas investigações.
O vice-presidente da comissão,
Randolfe Rodrigues
(Rede-AP) apontou que senadores consideraram que a acareação poderia ser mais “um palco para mentiras” como as do líder do governo Ricardo Barros (PP-PR) na semana passada.
A Precisa Medicamentos havia fechado um contrato de R$ 1,6 bilhão com o ministério para a venda de 20 milhões de
doses
da Covaxin, do laboratório indiano Bharat.
O negócio com a empresa para aquisição dos imunizantes foi cancelado em julho após denúncias de irregularidades e suspeita de fraude em documentos enviados pela Precisa.
Túlio Silveira pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para não comparecer à sessão, alegando “sigilo profissional”. O requerimento foi negado pelo ministro Luis Fux, porém, ele autorizou o silêncio parcial, ou seja, quando o depoente não precisa responder questionamentos que possam incriminá-lo.
O advogado também teve quebra de sigilo telefônico e telemático aprovada pela comissão. As informações já chegaram à CPI.
O que é uma CPI?
As
comissões parlamentares de inquérito
(CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.
Leia também: Entenda como funciona uma CPI
O que a CPI da COVID investiga?
Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a
CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.