O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho 03 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou, nesta quarta-feira (18/8), que o Brasil sofre uma ditadura e que a tendência é piorar.
"Eu não quero chegar daqui a um tempo e falar para a minha filha que eu não fiz tudo o que eu podia para não chegar a uma ditadura. Eu acredito que estamos em uma ditadura, mas a tendência dela é piorar. Não quero falar para a minha filha: 'Olha, eu tentei conversar, eu tentei contemporizar com pessoas que faziam atrocidades’”, afirmou.
A declaração foi feita durante evento promovido para defesa do ex-deputado bolsonarista Roberto Jefferson, preso na semana passada por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Tem uma frase do Churchill que é bem aplicada no momento atual. Ele fala o seguinte: 'O apaziguador é aquele que alimenta o jacaré esperando para ser o último a ser devorado'. Esse é o apaziguador, é o cara moderno. Já faz um tempo já que esse cara está jogando fora das quatro linhas", completou em seguida, sugerindo que Alexandre de Moraes "joga fora das quatro linhas", declarou.
Bolsonaro vem, nos últimos meses, atacando o Supremo Tribunal Federal (STF) e os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
Nos últimos meses, o presidente vem falando a apoiadores, mais uma vez sem provas, que ganhou as eleições em primeiro turno. De acordo com ele, o pleito de 2018 foi fraudado para que Fernando Haddad (PT) tivesse a oportunidade de enfrentá-lo em segundo turno.
Bolsonaro foi eleito, no segundo turno, o 38º presidente da República com 57.797.847 votos (55,13% dos votos válidos), contra 47.040.906 votos (44,87%) de Haddad.
Ataques ao STF
Na manhã de sábado (14/8), Bolsonaro afirmou que iria levar ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), um pedido para instaurar processo contra os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Segundo o chefe do Executivo, os dois “extrapolam com atos os limites constitucionais”.
Moraes mandou prender na última sexta-feira (13/8) o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, aliado político do presidente. O ministro determinou a prisão preventiva do parlamentar por ataques às instituições democráticas.
Alexandre é relator do Inquérito das Fake News e aceitou o pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de incluir Bolsonaro no inquérito. Com o pedido aceito, Bolsonaro será investigado por crimes cometidos pela disseminação de informações falsas e ataques contra as instituições.
Além disso, Bolsonaro vem atacando Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente chamou o ministro do STF e presidente do TSE de "mentiroso", acusando Barroso de não falar a verdade do chamado voto impresso auditável, defendido pelo seu governo.