Durante viagem para seis estados do Nordeste, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que começou a ensaiar a campanha eleitoral para 2022, comentou sobre a iniciação de Ciro Nogueira na Casa Civil. O líder de um dos partidos do Centrão assumiu a pasta em meio a um aproximamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com ala do Congresso Nacional.
“Eu não sei por quanto tempo o Ciro Nogueira ficará com Bolsonaro. Não tenho nenhuma certeza. Acredito que esse casamento será mais curto do que se imagina", disse Lula.
De acordo com o ex-presidente, Bolsonaro levou Ciro para o governo como se fosse “um deus para salvar a articulação política dele”. “Eu quero dizer que um governo que se comporta como o presidente Bolsonaro não terá sustentação no processo eleitoral", afirmou.
Para Lula, Nogueira deve perder força dentro do PP. O ex-presidente afirmou que pretende levar alguns membros do partido para o palanque de 2022.
O “Centrão” é como é apelidado o grupo de partidos que não têm uma ideologia política. São legendas que se tornaram conhecidos por negociar cargos e favores com o Planalto.
Jair Bolsonaro sempre foi grande crítico do grupo. Em 2018, durante a campanha eleitoral, ele afirmou que nunca se misturaria com o “Centrão”. Bolsonaro também costumava dizer que o erro dos governos petistas era ter entregado ministérios para o centro.
Eleições 2022
O ex-presidente Lula e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) têm mais de 10 pontos percentuais de vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro em eventual segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto. É o que aponta a pesquisa da XP/Ipespe divulgada na terça-feira (17/8). As lideranças do petista e do pedetista em seus respectivos cenários foram ampliadas em relação ao levantamento anterior, de julho.
Segundo o levantamento publicado nesta terça, em hipotético confronto direto, Lula teria 51% das intenções de voto, ante 32% de Bolsonaro. O cenário tem 17% de votos brancos e nulos ou cidadãos que optaram por não responder.
Em um mês, a dianteira do ex-presidente foi ampliada em cinco pontos. Na última pesquisa, Lula vencia por 49% a 35%.
Ciro Gomes, por seu turno, tem vantagem de doze pontos: segundo o estudo XP/Ipespe, o representante do PDT vence Bolsonaro por 44% a 32%, com 24% de abstenções. Em julho, a diferença era de 10 pontos: 43% a 33%.
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