Jornal Estado de Minas

ARREPENDIDO

Sérgio Reis admite que errou e nega ser 'puxa-saco' de Bolsonaro

A vida do cantor sertanejo e ex-deputado federal Sérgio Reis ficou tumultuada após algumas declarações polêmicas a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No entanto, agora que teve prejuízo em sua carreira, ele admitiu que errou e ainda negou ser "puxa-saco" do chefe do executivo.





Primeiro, em 29 de julho, o cantor anunciou, para setembro, um acampamento em Brasília para "defender" Bolsonaro e "salvar o Brasil". Ele havia dito que o movimento foi criado junto com algumas classes, como caminhoneiros e agricultores, para que o "governo e exército tomem posição".

Em seguida, em 14 de agosto, um vídeo de Sérgio Reis convocando caminhoneiros e a população a saírem às ruas em defesa do governo e pedindo o impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) viralizou nas redes sociais. “Nós vamos parar 72 horas. Se não fizer nada, nas próximas 72 horas ninguém anda no país. Vai parar tudo. Não é só Brasília, é o país”, disse. “Nada nunca foi igual ao que vai acontecer. Se eles não atenderem ao nosso pedido, a cobra vai fumar”, complementou.
 
Leia:  Caminhoneiros negam greve convocada por Sérgio Reis e ministério desdenha

Nas redes sociais, o cantor foi “cancelado” e isso trouxe prejuízos em sua carreira. “Querem me massacrar. Já estou tendo prejuízo. Cancelaram quatro shows e dois comerciais que ia fazer agora. Tiraram do ar um que faço para um supermercado de Curitiba. Vão tirar por um mês do ar e esperar para ver o que acontece”, afirmou em entrevista ao Congresso em Foco.





Durante a conversa, ele admitiu que errou e ainda afirmou que defende a democracia e que “não há necessidade” de uma intervenção militar. “Não sou puxa-saco do Bolsonaro”, disse.

“Eu errei mesmo, errei muito. Não devia ter falado, porque as pessoas pensam… Falei com um amigo. Ele postou num grupinho. Um amigo da onça. É da vida. Estão me ameaçando, pensando que estou com medo. Mas não me escondi. Estou aqui em casa, não agredi ninguém. Arco com minha responsabilidade”, afirmou. 
 
Leia: Após ataque ao STF, Sérgio Reis está com depressão 

Além de perder shows e patrocínios, ele também virou alvo de um inquérito da Polícia Civil do Distrito Federal. O cantor sertanejo de 81 anos pode ser associado a até três crimes: ameaça, dano e atentado contra a segurança de meio de transporte.





No entanto, ele disse que ainda não foi notificado. “Se abriram, vamos fazer a defesa, o que é certo. Não tenho medo de cadeia. Quando moço, eu era briguento, participava de briga tonta. Fui preso por briga, tinha de responder pelo que fiz. Não fiz nada agora”, disse.

Além disso, ele admite que vai às ruas para engrossar o coro dos bolsonaristas no feriado do Dia da Independência. Para o dia, estão convocadas manifestações contra o STF e o Congresso e a favor de Bolsonaro.

“Tenho de ir para a rua porque me comprometi com eles. Preciso mostrar para o povo que querem me amedrontar. Se tiver de morrer, eu morro, morro pelo meu país. Não vou fugir”, afirmou.

audima