Jornal Estado de Minas

BELO HORIZONTE

Kalil sobre relação com a Câmara de BH: 'Não me incomodo com isso'

Com relação tumultuada com a Câmara Municipal de Belo Horizonte desde março deste ano, quando um empréstimo proposto pela Prefeitura de BH para - segundo planos do Executivo - conter enchentes e urbanizar ocupações foi rejeitado em plenário, o prefeito belo-horizontino Alexandre Kalil (PSD) afirmou nesta quinta-feira (19/8) que não se incomoda com o cenário conflitante com o Legislativo.





Desde então, outras medidas na Câmara de BH - como a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os gastos do Executivo desde o início da pandemia de COVID-19, em março de 2020 - e que envolvem atitudes do Executivo foram tomadas.

Em entrevista à Rádio BandNews FM BH, o prefeito da capital de Minas Gerais disse que queria uma boa relação, mas que "está tranquilo" quanto a isso.

"É claro que a gente queria ter uma boa relação, mas não tem, isso é política. É perspectiva política, dos vereadores, é o que eles acham, o que eles não acham, eu não quero entrar nisso não. Só não quero que sejam feitas coisas que não são republicanas, ou quase não são republicanas, para atrapalhar a prefeitura ou atrapalhar alguma coisa. Mas eu não me incomodo com isso não, já falei o que acho, não quero render esse assunto, se precisar falo mais, tem muita coisa, mas não quero render esse assunto, estou tranquilo", disse.

Ao argumentar que a Prefeitura de BH segue seu trabalho, Kalil citou um projeto de lei de autoria do Executivo que tramita na Câmara. O texto trata de um auxílio emergencial (seis parcelas de R$ 100) a famílias em extrema pobreza na cidade.





"A prefeitura vai muito bem, estamos tocando os projetos. Temos lá dentro um projeto de ajuda, então claro que vão aprovar, porque isso é ajudar quem é mais pobre. Temos orçamento específico, dinheiro guardado, se vier aumento não vamos poder dar, inclusive é ilegal, porque quem ordena despesa para a Câmara é o Executivo. Então, não tem esse barulho todo não, e nem há essa preocupação. Ao contrário do que todo mundo pensa, eu sou muito democrata", disse.

O prefeito de BH também afirmou que o embate com o Executivo pode estar inserido em um contexto eleitoreiro. "Eles pensam de um jeito, eu penso de outro, eu não gosto de absurdos, eles também não gostam, eu não faço nenhum absurdo, e a Câmara andou fazendo alguns que nós não podemos concordar. Mas isso vamos debater no campo político, no campo de voto, não tenho preocupação não. São projetos pessoais e que eu respeito, porque temos aí, daqui um ano e meio, uma eleição, depois eleição da mesa, tem eleição para prefeito, isso aí tudo estão vislumbrando um futuro que, enganosamente, estão achando que é ali, mas está muito longe".

Por fim, Kalil afirmou que a Câmara não faz nada contra ele, mas contra Belo Horizonte. "Não fiz nada com a Câmara, nunca fiz nada. Eles fazem contra a cidade, contra mim não tem jeito de fazer, sou um homem correto, tenho mão limpa, contra mim não tem nada para fazer, mas não pode é fazer contra a cidade. Só isso", completou, na mesma entrevista.

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