Jornal Estado de Minas

SENADO

Pacheco diz que não vê motivo para impeachment de Alexandre de Moraes

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), comentou o pedido de impeachment protocolado na Casa pelo presidente Jair Bolsonaro, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, nesta sexta-feira (20/8). Em entrevista coletiva nesta noite, em São Paulo, o parlamentar disse que, inicialmente, não vê razões para a retirada de Moraes do STF. "Sinceramente, não antevejo fundamentos técnicos jurídicos para impeachment do ministro do Supremo, como também não antevejo em relação ao impeachment do presidente da República", afirmou.





Pacheco disse que é necessário ter união entre os poderes e irá propor diálogo. O senador afirmou que vai analisar o pedido, conforme os critérios técnicos. "O instituto do impeachment não pode ser mal usado. Até porque ele representa algo muito grave que acaba sendo uma ruptura, algo de exceção. Mais que um envolvimento político, há um critério jurídico", garantiu.

Rodrigo Pacheco ressaltou que o Brasil vive grandes desafios como a pobreza, a inflação e, principalmente, na luta contra a pandemia de covid-19. "Nesses últimos 1 ano e meio, temos enfrentado a pandemia do coronavírus; a fome e a miséria; a realidade de uma pauta ambiental que precisamos cumprir; a inflação. Temos grandes desafios, que temos obrigação de cumprir e resolver", disse. "O Estado Democrático de Direito pressupõe o diálogo entre os poderes, a divisão não interessa a ninguém", concluiu.

Pedido de impeachment


O presidente Jair Bolsonaro protocolou nesta sexta-feira (20/08) o pedido de impeachment ao Senado do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O documento foi protocolado por um auxiliar do mandatário no final da tarde, pois o chefe do Executivo está em São Paulo, em visita a familiares.

A entrega do processo, além de um gesto político é ainda um aceno do presidente ao eleitorado ao ver cumprida sua promessa. Ainda hoje, Alexandre Moraes proibiu o cantor Sérgio Reis e outros oito investigados pela Polícia Federal de se aproximaram da Praça dos Três Poderes, dos ministros do Supremo e de senadores, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) que apura incitação a atos violentos e ameaças contra a democracia.




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