O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou que irá apresentar o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso "nos próximos dias". Na última semana, Bolsonaro havia prometido apresentar pedidos ao Senado de afastamento tanto de Barroso, quanto do ministro Alexandre de Moraes, também da Suprema Corte. Nesta sexta, 20, o presidente cumpriu com parte do anúncio e protocolou no Senado o pedido de afastamento de Moraes.
"Priorizamos esse pedido do senhor Alexandre de Moraes e nos próximos dias ultimaremos o segundo pedido", disse Bolsonaro em entrevista nesta sexta, durante visita a Eldorado (SP), cidade onde reside sua mãe.
Entre os motivos apontados pelo presidente, está o contra-ataque ao inquérito das fake news, tocado por Moraes e que investiga Bolsonaro por ataques ao sistema eleitoral. Segundo Bolsonaro, a investigação do Supremo nasceu de forma irregular, sem a participação do Ministério Público. "Tudo começou errado lá atrás. Ou seguimos as leis, ou cada um começa a interpretar da maneira que melhor interessa", disse.
Com as críticas, Bolsonaro voltou a falar da possibilidade velada de uma ruptura institucional. "Não podemos, ao ser (sic) atacados e tendo o poder de usar uma caneta para contra-atacar, usá-la. Temos que ter tranquilidade, caso contrário o Brasil pode mergulhar em uma situação que ninguém quer. Já disse que sei das consequências internas e externas de uma ruptura. Não quero isso. Não provoco e não desejo", afirmou o presidente hoje à noite.
Segundo Bolsonaro, o pedido de impeachment contra Moraes foi motivado pela suposta falta de compromisso do ministro "com as liberdades individuais". "Mínimo que a gente espera dele é respeitar o que falou na sabatina no Senado e respeitar a Constituição", disse.
Ainda em Eldorado, Bolsonaro também fez ataques à CPI da Covid no Senado. Segundo o presidente, se o relatório da comissão chegar até ele, ele coloca "numa latrina e dá descarga". "Não acharam nada contra a minha pessoa", disse. "Não posso ser acusado de corrupção", completou.
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