A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) foi mais uma entidade a se pronunciar de forma contrária ao pedido de impeachment feito pelo presidente Jair Bolsonaro contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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Mercado financeiro sonha com uma chapa com Lula e Meirelles para 2022Advogado de Bolsonaro, Wassef canta mulher e é ameaçado por marido com faca'Alguns pega de jeito', diz Bolsonaro ao saber de conhecido vítima da COVIDA entidade ainda alerta que Bolsonaro "avança o sinal para criar um cenário de intimidação na relação com o Poder Judiciário, o que fragiliza a nossa própria democracia".
Mais cedo, a Associação dos Magistrados Brasileiros e a Associação dos Juízes Federais do Brasil também saíram em defesa do ministro Alexandre de Moraes e classificaram o pedido de Bolsonaro como um ataque frontal à independência e à harmonia entre os Poderes.
Neste sábado (21/8), dez ex-ministros da Justiça dos governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula (PT), Dilma Roussef (PT) e Michel Temer (MDB) enviaram um manifesto ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pedindo a rejeição do pedido de impeachment.
Leia a nota da ANPR
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) manifesta sua preocupação com a forma adotada pelo presidente da República para contestar as decisões tomadas por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O uso do pedido de impeachment para questionar entendimentos do tribunal consiste não apenas em remédio inadequado, mas também em fator de desestabilização na relação entre os Poderes da República.
O STF é instituição essencial à democracia brasileira, e o seu funcionamento pressupõe a garantia de independência de seus ministros e o respeito às suas decisões. Este pressuposto básico não impede a crítica aos entendimentos do tribunal nem a adoção dos meios cabíveis para mudá-los, desde que seja levado em conta o papel singular que a Constituição reservou à Suprema Corte.
Ao pedir o impeachment de um ministro do STF e prometer a formulação de pedido em relação a outro, o presidente da República avança o sinal para criar um cenário de intimidação na relação com o Poder Judiciário, o que fragiliza a nossa própria democracia. É necessário entender que o equilíbrio entre os Poderes demanda diálogo, harmonia e cooperação, e não a crença na supremacia de um Poder sobre os demais.
A ANPR espera que o Senado rejeite o pedido e que se restabeleça o ambiente de equilíbrio e respeito à democracia, valor que não pode ser colocado em risco por qualquer agente público.