Jornal Estado de Minas

DEMOCRACIA

FHC: 'Não acho que há perigo à democracia nem com Lula, nem com Bolsonaro'

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que não vê riscos à democracia no Brasil nem com Jair Bolsonaro (sem partido) na Presidência nem com um eventual retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto. Ele disse esperar, ainda, que o País tenha uma "eleição normal" em 2022. FHC participou, neste domingo (22/8), de live do grupo Parlatório, com curadoria do ex-presidente Michel Temer (MDB).



Segundo FHC, Lula tem compromisso com a democracia. Quanto a Bolsonaro, disse que não gosta do estilo por vezes agressivo, apesar de não conhecê-lo, e que o Brasil precisa de alguém que "una, não que separe". Mas ponderou que, mesmo que o presidente venha a ter impulsos autoritários, não estão postas as condições no País para seguir com um movimento que coloque as instituições em perigo.

"Pintar Lula como perigo vermelho é um erro. Primeiro porque ele não é. Lula não é risco para a democracia. Eu não vou votar no Lula por várias razões. A primeira é porque tenho partido. E tem que ser uma pessoa que tenha compromisso com a democracia. Ele tem, mas não o suficiente, porque têm setores no partido mais radicalizados."

FHC destacou que a expressão "terceira via" é ruim, mas reforçou que o País precisa de alguém que simbolize a pluralidade. "Lula não simboliza a pluralidade, mas nunca vai contra o conjunto. É um coração mais brasileiro. Tem a marca do sindicalismo. Gostaria que não tivesse. Mas cada um tem a sua marca."



Em relação à preocupação de possível insubordinação na Polícia Militar em um apoio a eventuais arroubos antidemocráticos, FHC respondeu que não acha que é o caso atual, mas, se ocorrer algum indício, os governadores têm de agir, com a Garantia da Lei e da Ordem (GLO). "Não acho que é o caso atual, mas não significa que devemos fechar os olhos."

Hoje, manchete do Estadão mostrou que ex-presidentes, dentre eles FHC e Temer, estão conversando com contatos militares e todos afastaram a hipótese de Bolsonaro contar com a insubordinação das Forças Armadas.

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