O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que 'pede a Deus' e 'torce' pela efetividade das vacinas contra a COVID-19, mas há alguns imunizantes que 'não estão dando certo'. Ao comparar vacinas com o 'tratamento precoce', o chefe do Executivo afirmou que ambos são experimentais e estão sendo usados de forma emergencial. Ainda segundo ele, nesta segunda-feira (23/8), ele vai se reunir com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para discutir a desobrigação do uso da máscara. As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Nova Regional, do Vale do Ribeira (SP)
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Alexandre Kalil dá coletiva sobre jogos com público em BHBolsonaro recua de vetos e sanciona emendas de relator e de comissãoBolsonaro diz esperar sabatina de Mendonça no Senado nos próximos diasBolsonaro vai ao STF contra indenização a profissional da Saúde afetado por covidQueiroga: Máscaras vão deixar de ser obrigatórias 'quando houver condições'Governadores vão pedir reunião com Bolsonaro e chefes dos Poderes'Não nos cabe silenciar', diz Doria sobre ameaças de BolsonaroBolsonaro sobre aliados presos: "A gente não pode aceitar passivamente'Segundo ele, o País deve aprender a conviver com o vírus e, por isso, será debatida, mais uma vez, a obrigatoriedade do uso de máscara. Na semana passada, Queiroga afirmou que não defende o uso obrigatório do acessório. “Alguns países do mundo já adotaram (a desobrigação da máscara), liberou geral. Eu pedi um estudo para o Ministério da Saúde. Hoje, vamos reunir com o ministro (Marcelo) Queiroga para darmos uma solução para esse caso. A ideia é a seguinte: pela quantidade de vacinados, pelo número de pessoas que já contraiu o vírus. Quem já contraiu o vírus, obviamente, está imunizado também, como é o meu caso. Nós tornamos facultativo, orientamos que o uso da máscara não precisa ser mais obrigatório, essa é a nossa ideia, que talvez tenha uma data a partir de hoje para essa recomendação do Ministério da Saúde”, apontou. Porém, a indicação da pasta da Saúde é de que mesmo aqueles que já contraíram a doença se vacinem, por conta do risco de reinfecção e de novas cepas.
Bolsonaro voltou a mentir ao dizer que o Supremo Tribunal Federal (STF) retirou seus poderes para agir durante a pandemia. “Vocês sabem que o STF simplesmente deu poderes aos governadores e prefeitos para ignorar o governo federal. Então, não basta a gente apenas orientar a ser facultativo. O governo pode simplesmente achar que para ele, né, é bom ainda continuar usando máscara, e eles continuarem nessa política”, acrescentou.
Coronavac
O presidente aproveitou o tema para fazer críticas contra seu rival político, João Doria (PSDB), e a vacina da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan. Segundo ele, pessoas que foram imunizadas com as duas doses do imunizante continuam morrendo pela doença. “Obviamente, a gente pede a Deus e torce pela efetividade das vacinas. Se bem que algumas vacinas não estão dando certo. Tem uma chinesa, tem gente que tomou a segunda dose e está se infectado, está morrendo e não é pouca gente, não. A gente espera que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o próprio (Instituto) Butantã de uma resposta que a população tem o direito a saber a real efetividade da vacina que está tomando”, alegou. O próprio presidente ainda não se vacinou, apesar de já estar incluído há meses pelo grupo de idade.
A CoronaVac apresenta eficácia geral de 50,38% para prevenir casos da COVID-19. Um estudo de efetividade conduzido pelo Instituto Butantan na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, vacinou cerca de 75% da população adulta e observou quedas de 80% nos casos sintomáticos da doença e de 86%, nas internações, além da redução de mortes em 95%.
Apesar da derrota da PEC do voto impresso na Câmara, o presidente Jair Bolsonaro voltou a levantar suspeitas sobre a lisura das urnas eletrônicas - novamente, sem apresentar provas. "Nós queremos eleições, no ano que vem, limpas e democráticas. É pedir muito? Queremos transparência", afirmou o chefe do Executivo nesta segunda-feira na entrevista.
Emprego
O presidente defendeu que o País caminha bem na criação de postos de trabalhos da economia formal, mas "deixa a desejar" sobre a criação de empregos informais. Segundo ele, o governo federal conseguiu manter o nível de emprego formal, mas culpou os governadores pelo desemprego.
Ao reforçar crítica às medidas adotadas por governadores durante a pandemia da covid-19, o chefe do Executivo culpou os chefes de Executivos estaduais e disse que a população "foi obrigada a ficar em casa e perdeu praticamente toda a sua renda", disse à Rádio Nova Regional. Mesmo com o cenário econômico, Bolsonaro defende que o País foi um dos que menos sofreu impactos. Segundo ele, o Brasil está criando aproximadamente 250 mil novos empregos por mês.
ICMS
Bolsonaro desafiou governadores a zerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre o botijão de gás, para, em, seguida, permitir a venda direta do produto da refinaria ao consumidor. Apesar do potencial impacto sobre as contas públicas em um contexto de grave situação fiscal, o chefe do Executivo não descartou a criação do "vale gás". "Se tiver que fazer, eu faço", declarou ele na mesma entrevista.
"Se o governo de São Paulo zerar o ICMS do gás, podemos, juntos, baixar pela metade valor do botijão", afirmou Bolsonaro. "Eu gostaria que pelo menos um governador fizesse o mesmo que fiz e zerasse o imposto (sobre o gás)". O ICMS é um dos principais impostos dos Estados e a isenção poderia comprometer o caixa.
De acordo com Bolsonaro, seria mais barato zerar o ICMS dos Estados do que criar um "vale gás". O preço do botijão já ultrapassou os R$ 100 em diversas regiões do País. A venda direta da refinaria ao consumidor, segundo o presidente, também seria uma boa ideia, nos moldes do que já foi autorizado pelo governo federal com o etanol.
A citação ao governador paulista, João Doria (PSDB), vem no dia em que o tucano, presidenciável e seu rival político, se reúne com outros 24 líderes estaduais para discutir a manutenção da democracia no País.