A declaração do ministro, em entrevista à "98 FM Natal", veio após mais um atrito entre os poderes, que resultou no pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, após atitudes do mesmo, como incluir o presidente Jair Bolsonaro em inquéritos. Faria disse que é necessário que não apenas o presidente, mas todos “recolham as armas”.
“Todos esses movimentos (ações de Moraes) fizeram com que os apoiadores ficassem cobrando dele uma resposta em relação a isso. Todo mundo tentou intermediar as conversas, mas eu acredito que foram ações e reações dos dois lados”, declarou.
Segundo Fábio, o presidente poderia recuar após um amplo acordo entre os poderes.
"Quando você tem uma briga de casal, em que o marido está brigando com a esposa, se um só decidir voltar atrás e o outro continuar dobrando a aposta, não resolve. É um momento de todos recolherem as armas. É o momento de todos, em nome do Brasil, do País, de um projeto maior (recolherem as armas). O governo Bolsonaro e os ministros passam, e o Brasil fica. Todo mundo tem de ser grande nesse momento. Não só o presidente. Todos precisam voltar atrás”, finalizou.
Os defensores do presidente Bolsonaro ficaram revoltados com a afirmação de Faria e encheram as redes sociais de críticas ao ministro.
MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES
Em nota, o Ministério das Comunicações informou que "o ministro Fábio Faria não mencionou em nenhum momento a questão envolvendo impeachment de ministro do STF. Em entrevista realizada nessa segunda-feira (23), Faria defendeu a importância da harmonia e da separação entre os poderes, e afirmou que, para que haja acordo, em nome do projeto maior que é o Brasil, todos os envolvidos precisam buscar a afinidade e as relações democráticas. Isso não cabe apenas à Presidência da República, mas a todos os poderes constituídos, que precisam trabalhar em concordância".
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira