A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta terça-feira (24/8), a recondução do procurador-geral da República, Augusto Aras, ao posto. Após a sabatina do PGR, que durou cerca de seis horas, 21 senadores do colegiado votaram a favor da indicação e apenas seis foram contra.
Presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), acatou um pedido de urgência feito pelo relator na CCJ da indicação de Aras, Eduardo Braga (MDB-AM), para que o plenário do Senado vote ainda nesta terça a recondução do procurador-geral ao cargo. Aras precisa receber os votos de 41 senadores para permanecer à frente da Procuradoria-Geral da República.
Na sua sabatina, Aras se defendeu das acusações de que tem se omitido diante de inquéritos relacionados ao presidente Jair Bolsonaro e negou alinhamento ao chefe do Executivo. "O Ministério Público não é de governo, nem é de oposição. O Ministério Público é constitucional", afirmou.
Além disso, condenou a atuação das antigas forças-tarefas que eram mantidas pelo Ministério Público Federal, dentre elas a Lava-Jato. Segundo ele, "o modelo das forças-tarefas com pessoalização culminou em uma série de irregularidades".
Aras também disse que, como chefe do Ministério Público Federal (MPF), não pode trabalhar para "criminalizar a política". "É muito importante dizer que, quando o PGR sai da sua função no seu discurso, da sua linguagem jurídica para adentrar a linguagem da política, ou judicializa a política ou criminaliza a política."