Após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disparar uma série de ataques ao deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), o presidente do partido em Minas Gerais, o também deputado federal Paulo Abi-Ackel, repudiou as falas. A declaração de Doria expõe racha no partido, que escolherá em novembro o candidato da sigla à Presidência da República.
“Em nome do PSDB de Minas Gerais lamento profundamente, mais uma vez, que o governador João Doria ataque o deputado federal Aécio Neves, usando termos que extrapolam as divergências políticas e que não são usuais para quem ocupa um cargo como o dele”, escreveu Abi-Ackel.
Em entrevista no programa Roda Viva, Doria chamou Aécio de “covarde” e “pária dentro do PSDB”. O governador defendeu que o parlamentar peça afastamento da legenda por causa das denúncias de corrupção que enfrenta.
Para Abi-Ackel, Doria desconsiderou toda a carreira política do ex-governador de Minas e esqueceu que "Aécio tem uma enorme folha de contribuições ao próprio PSDB, partido que presidiu”.
Ainda de acordo com o deputado mineiro, a postura do governador paulista é prejudicial para o convívio democrático, sobretudo em tempos de radicalização política tão contestada pelo PSDB. “A postura do governador Doria não ajuda o partido”, afirmou o presidente do PSDB mineiro.
“Pelas inverdades, pelo excesso, pela grosseria e pela extravagância, trata-se de uma afronta às pessoas do bem, aos princípios democráticos e às tradições do PSDB, que tem ou teve em seus quadros em São Paulo, personagens como Franco Montoro, Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Geraldo Alckmin, que jamais seriam capazes de trazer a nível tão baixo o trato das questões políticas ou divergências pessoais”, afirmou.
Abi-Ackel afirmou ainda que, aos mineiros, as palavras de Doria soam com indignação e espanto. “O comportamento de Doria não ajuda o PSDB”, finalizou.