Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Base aliada cobra de Alcolumbre que paute indicação de Mendonça ao STF na CCJ

Senadores da base do governo cobraram do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP), que paute a indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ex-advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça, Mendonça foi indicado para o cargo em 13 de julho, mas ainda não há data para sua sabatina. A cobrança foi feita no plenário pelos senadores Telmário Mota (PROS-RR), Carlos Viana (PSD-MS) e Carlos Portinho (PL-RJ). Até os senadores do Cidadania, Eliziane Gama (MA) e Alessandro Vieira (SE) se posicionara a favor da realização da sabatina de Mendonça.

Hoje, a CCJ aprovou a recondução de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que havia sido indicado por Bolsonaro ao cargo em 20 de julho - depois, portanto, do nome de Mendonça. Aras terá o nome submetido ao plenário do Senado ainda nesta terça-feira.

Telmário Mota comparou Alcolumbre a um "tranca-rua", entidade espiritual da Umbanda conhecida por fechar - e também abrir - caminhos. Já Mendonça foi comparado a Jesus Cristo, pois, em sua avaliação, "vive numa verdadeira via-sacra para ter o seu nome sabatinado na CCJ".

"Eu só espero que a CCJ não torne ao Ministro André um calvário, um calvário que o sacrifique, que o crucifique. Eu, então, queria fazer um apelo ao senador Davi, que presidiu esta Casa, que teve todo o nosso apoio; inclusive na CCJ, teve todo o nosso apoio. Agora, a CCJ tem que andar, a fila tem que andar. Não pode hoje colocar na CCJ um tranca rua. A CCJ tem que julgar: ou aprova ou desaprova", afirmou o senador. "É verdade que o Ministro André é um homem extremamente religioso. Mas ele não é Jesus para ficar nessa via-sacra. Ele precisa ser sabatinado. Esse é o meu apelo ao Senador Davi", acrescentou.

Carlos Viana acusou Alcolumbre de usar o Senado para fazer negociações políticas de seu interesse. "Eu tenho absoluta certeza de que vários aqui - a maioria - caminham comigo no sentido de não autorizar o Sr. Davi Alcolumbre a usar o Senado como forma de negociações políticas para o interesse dele. Esta Casa precisa ser respeitada. A indicação tem que ser colocada na CCJ, e são os membros que vão decidir. Depois, o Plenário vai dizer "sim" ou "não". Eu digo com muita clareza: não autorizo utilizar o meu nome - e tenho certeza de que muitos senadores com quem tenho conversado assim pensam - para fazer manobra política usando o Senado da República", afirmou.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) reforçou o pedido e disse que os quatro senadores do PL protocolaram carta a Alcolumbre em apoio à sabatina de Mendonça. "A bancada do Partido Liberal no Senado retifica seu irrestrito apoio à aprovação", disse.

Até mesmo a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) se posicionou a favor de Mendonça. Evangélica, a senadora reiterou que faz oposição ao governo Bolsonaro, mas disse que a religião de Mendonça, que é pastor presbiteriano, não pode ser usada como desculpa para evitar que seu nome seja apreciado. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) também apoiou o pedido.



audima