Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Heinze mobiliza assessores para questionar embaixadas a respeito de ivermectina

O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) afirmou que vai mobilizar assessores para questionar embaixadas a respeito de ivermectina. A declaração foi dada durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, realizada nesta quarta-feira (25/8). 




 
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Para o senador, na "literatura científica" existem "análises" que comprovam o uso de medicamentos contra COVID-19.

“Ontem foi falado nessa CPI sobre a FDA e o uso da ivermectina", começa Heinze arrancando risadas. “Ai meu Deus do céu… de novo a ivermectina”, respondeu a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). “Se eu não puder falar… eu respeito a fala de vocês”, disse Heinze.
 
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“O senhor tem direito de falar, a democracia diz isso”, respondeu o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).

Heinze é um dos nomes governistas mais alinhados com o presidente na CPI. A favor da cloroquina e do tratamento precoce, o senador já protagonizou algumas discussões sobre o assunto.

Em quase todas as sessões da CPI da COVID no Senado, quando o senador tem a palavra, ele cita termos como Didier Raoult (chamado nas redes de DJ Raul), o município de Rancho Queimado, Big Pharma, entre outros. 

Recentemente a FDA, agência de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, similar à Anvisa no Brasil, afirmou que a ivermectina é usada para o gado e não deve ser usada para tratar ou evitar COVID. A ação da agência irritou o senador. 

A ivermectina e a cloroquina não têm eficácia comprovada contra COVID-19. A única medida contra o vírus é o uso de máscara, álcool em gel e vacinação em massa.
 
É necessário que a população entenda que questionar a eficiência da vacina é um debate infundado e contribui para a desinformação, como avaliam especialistas consultados pelo Estado de Minas. 




O dia da CPI 

O diretor do FIB Bank, Roberto Pereira Ramos Júnior, depõe nesta quarta-feira (25/8), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID do Senado. Sua empresa teria emitido uma carta de fiança irregular para a Precisa Medicamentos ao Ministério da Saúde, com um contrato no valor de R$ 1,6 bilhão para compra da vacina Covaxin do laboratório indiano Bharat Biotech.


Para concretizar a aquisição do imunizante, o termo de contratação previa, ainda, a necessidade de uma garantia no valor de 5% do total contratado, ou seja, R$ 80,7 milhões.

O requerimento da convocação de Roberto Pereira foi feito pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-SP). 

Pereira recebeu o direito de ficar em silêncio em questionamentos que possam incriminá-lo na sessão, após decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF).  

  

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