O tenente-coronel da Polícia Militar de São Paulo Paulo Ribeiro fez um pronunciamento nesta quarta-feira (25/8), com o objetivo de desmotivar os militares a participarem das manifestações de 7 de setembro em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ato nacional tem recebido adesão de diversos grupos, como caminhoneiros, integrantes de movimentos sociais e apoiadores.
Segundo Ribeiro, a PM não tem como função na sociedade incentivar movimentos políticos. Por lei, a PM deve se manter neutra em relação a apoios partidários.
“Estamos vivendo um momento delicado, em que aventureiros e irresponsáveis tentam nos conduzir para a consecução de seus objetivos espúrios. A Polícia Militar se destina à estrita obediência ao ordenamento jurídico e à riqueza da dignidade humana, sendo, portanto, vedado aos seus integrantes pregar a ruptura democrática e institucional do país. O poder político só é conquistado pela via legal, o voto”.
O posicionamento de Pedro Ribeiro ocorre depois que o coronel da reserva da Policia Militar de São Paulo e atual presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo, divulgou vídeo nas redes sociais em que convoca policiais militares a se unirem em apoio ao ato.
“Não podemos, nesse momento em que o país passa por essa crise, em que nós percebemos o comunismo querendo entrar de forma lenta, trabalhada ao longo dos anos, eles vêm implantando, mudando o ensino, querendo mudar o nosso país. E vejo que nós, a Polícia militar de São Paulo, a força pública, nós devemos nos unir“, afirmou.
Por sua vez, Ribeiro manda um recado ao governador João Doria (PSDB) para tentar coibir a presença de manfestantes da corporação no ato.
“Senhor governador, você é o comandante maior da Polícia Militar do estado de São Paulo. É de sua inteira responsabilidade frear roubos delirantes que visem à quebra da ordem disciplinar na PM de São Paulo. Por isso, caros combatentes, permaneçamos firmes e leais ao povo de São Paulo. Concentremos nossos esforços à luta por melhores salários, pois, esses que nos concitam a defender um presidente que nada faz pela PM, estão muito bem recompensados em cargos comissionados no governo federal”, afirma.