A passagem de César Gontijo, tesoureiro do diretório nacional do PSDB, por Belo Horizonte, irritou tucanos mineiros. Segundo o deputado estadual Gustavo Valadares, líder do governo de Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa, Gontijo esteve na cidade a fim de "pressionar" prefeitos eleitos pelo partido em busca de apoio ao governador de São Paulo, João Doria, nas prévias que vão definir o candidato do partido à presidência da República. A agenda do tesoureiro em BH foi confirmada por Paulo Abi-Ackel, que comanda o partido em Minas Gerais.
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Dia D para os tucanos pode ser marco para as eleições presidenciaisApós cirurgia, Doria diz que está bem e que, em breve, terá altaCemig firmou quatro contratos sem licitação para recrutar executivosDeputados de MG já podem votar em 2° turno projeto sobre apoio a vacinas"Uma tentativa vergonhosa de usar os recursos públicos e cobrar a fatura. Aqui em Minas não aceitamos isso! Vá embora, César Gontijo, e leve contigo a sua petulância", exclamou o deputado estadual, pelo Twitter.
Procurado pela reportagem, César Gontijo disse que não vai responder o que chamou de "insinuações levianas e grosseiras" de Valadares.
"Lamentável que o medo pela perda do poder tenha provocado tamanho destempero do deputado. Não me consta que Minas tenha dono, assim como São Paulo e nenhum outro estado do Brasil, como infelizmente pensa o Deputado Gustavo Valadares", rebateu.
Paulo Abi-Ackel, que é deputado federal, foi outro a questionar a postura de Gontijo. "Valadares está certo ao questionar atitude que não é ética. Prévias livres e democráticas: é o que queremos! Os mineiros não aceitam pressão".
Disputa interna 'esquenta' PSDB
A escolha do representante tucano na eleição presidencial é referendada por uma eleição interna. João Doria já sinalizou que vai participar da disputa, mas há quem defenda a nomeação de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.
Gustavo Valadares, que é secretário-geral do partido em Minas Gerais, é um dos partidários do gaúcho. No início do mês, o deputado postou uma foto ao lado de Leite, a quem definiu como alguém capaz de proporcionar "equilíbrio, tolerância, correção, boa gestão e tantas coisas boas que nós brasileiros merecemos".
Aécio e tucanato mineiro trocam farpas com Doria
Na segunda-feira (23/8), João Doria esteve no "Roda Viva", da "TV Cultura". Durante o programa, o governador paulista chamou de "covarde" o deputado federal Aécio Neves (MG), seu correligionário. O parlamentar foi classificado por ele como "pária" na legenda.
As afirmações geraram a irritação de Aécio, que rebateu classificando Doria como "desqualificado". Abi- Ackel também repudiou as falas de Doria.
"A postura do governador paulista é prejudicial para o convívio democrático, sobretudo em tempos de radicalização política tão contestada pelo PSDB, que dessa postura busca se diferenciar", falou ele.
Em julho, os atritos entre tucanos paulistas e mineiros já haviam rendido outro capítulo. O presidente em SP, Marco Vinholi, acusou Aécio de "estar a serviço de tudo, menos do PSDB". Aécio já afirmou, por reiteradas vezes, que o nome para se contrapor à polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido) deve ser único, mesmo que não saia do PSDB.
À época, Abi-Ackel, defensor da busca por uma terceira via que aglutine forças de centro, respondeu dizendo que o PSDB precisa estar disposto a, eventualmente, apoiar uma candidatura que saia de outra agremiação.
Na semana passada, o PSDB mineiro ganhou o reforço de Paulo Brant, vice-governador.