Em texto de opinião publicado nesta quinta-feira (28/9) no jornal O Estado de São Paulo, o jornalista William Waack criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores. “Bolsonaro acha que manda, mas não comanda nada a não ser fanáticos imbecilizados em redes sociais”, afirmou.
É a segunda vez, em dois dias, que Waack tem o nome entre os mais comentados do Twitter. Nessa quarta-feira (25/8), o âncora do jornal CNN Brasil, ao noticiar a rejeição do pedido de impeachment do ministro do Supremi Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no Senado Federal, cobrou do presidente uma reação.
“Aguarda-se a reação de Bolsonaro. E, neste caso, a falta de reação também conta como reação”, disse.
Bolsonaro vive entre fantasmas?
Para Waack, “de tanto se atormentar com fantasmas, Jair Bolsonaro está conseguindo que eles se tornem realidade”. O jornalista afirmou que o presidente cristaliza-se em círculos do Judiciário, Congresso e oficiais-generais do Exército e cria eventuais realidades paralelas.
Em seu texto, ele defende que Bolsonaro acredita, fortemente, que vive entre “corporativistas na administração pública, empresários que perderam dinheiro, esquerdistas treinados em Cuba, governadores gananciosos e todos unidos em torno de alguns ministros do STF”.
“Quem conversa quase que diariamente com o presidente o descreve como possuído de um quadro mental para lá de preocupante”, escreve.
Uma política solitária
Mais uma vez, Waack descreveu o trabalho de Bolsonaro como fantasioso. “O segundo aspecto que faz do desequilíbrio presidencial um perigo real é a crença de que disporia de instrumentos de poder tais como irresistível quantidade de 'povo nas ruas'”.
Ao declarar que estão desorientados, o âncora aproveitou, ainda, o espaço para “alfinetar” os apoiadores do presidente: "Eles são contra um monte de coisas, mas ainda aguardam uma ordem específica do “mito” sobre em qual direção marchar e qual inimigo precisam aniquilar”.
Polêmica nas redes
No Twitter, as declarações causaram polêmica entre os apoiadores de Bolsonaro. O grupo lembrou o motivo da demissão de Waack da Rede Globo, em 2017, para sustentar os argumentos.
"E pensar que cheguei a defender o Waack, aqui nas redes, quando foi demitido da Globo, pela acusação de racismo", compartilhou um dos perfis na rede social.
Outros perfis aproveitaram a oportunidade para uma convocação para as manifestações que vêm sendo articuladas pela base bolsonarista, em apoio ao presidente no dia 7 de Setembro.
"Waack afirma que Bolsonaro poderá se tornar inelegível pelos tribunais superiores e que o presidente não tem o povo ao seu lado. Será que não? Vamos ver dia 7 de setembro", escreveu um apoiador.