A afirmação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre três futuros que teria – ser preso, morto ou a vitória – foi lida pelos partidos como a senha para os radicais que ameaçam invadir o Supremo Tribunal Federal (STF) e até o Congresso. Os líderes aliados também estão preocupados. Em conversas reservadas no fim de semana, muitos se mostraram, inclusive, inclinados a pedir aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, da Câmara, Arthur Lira, e do STF, Luiz Fux, que acionem as Forças Armadas para pedir a proteção dos prédios públicos no feriado da semana que vem.
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Bolsonaro reafirma presença em atos do 7 de Setembro e diz que não deseja rupturaManifestações marcadas para 7 de setembro preocupam autoridadesBolsonaro diz que não haverá 'nada de violento' nos atos do 7 de SetembroMenor do que gostaria, Bolsonaro mostra força capaz de barrar impeachmentPaíses vizinhos temem efeitos de crise institucional no BrasilO presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, tem dito que, se os demais ministros tomarem a mesma posição do ministro Edson Fachin, contrário ao desejo dos agropecuaristas de estabelecer a Constituição de 1988 como ponto de partida para a demarcação, será o fim do agronegócio. Até para reduzir a tensão na Esplanada, a ideia é concluir a análise antes do feriado, para que os índios deixem o Centro de Brasília, dando lugar aos bolsonaristas, patrocinados por aliados do presidente.
O marco temporal promete ser o tema mais polêmico da semana. No Congresso, a expectativa é de dias mais calmos, até para preparar o terreno para o dia seguinte ao 7 de Setembro. “Esta semana está tranquila. O pós-7 de Setembro é que vai depender dos desdobramentos das manifestações”, diz o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB). De mais polêmico, só mesmo o Código Eleitoral, que pretende estabelecer, a partir de 2024, uma quarentena para juízes, militares e bombeiros terem direito a disputar um mandato. A votação está prevista para quinta-feira.
O tema mais polêmico, a reforma tributária, só voltará ao plenário quando houver acordo. Embora Arthur Lira tenha dito que pretendia votar a reforma esta semana, ainda não há uma maioria assegurada e a tensão política tem evitado que haja um clima favorável para as discussões. A semana anterior, quando se esperava o fechamento de um acordo, terminou sem atingir essa meta e os deputados não acreditam que seja possível votar essa emenda constitucional esta semana, já que a proposta exige 308 votos favoráveis.
Os próprios governadores têm dúvidas em relação a essa proposta e, esta semana, em vez de reuniões para tratar especificamente desse assunto, vão se reunir com os comandantes da Câmara e do Senado para tratar da defesa da democracia e não da reforma tributária ou admi- nistrativa. Isso significa, na avaliação de muitos, que as declarações de Bolsonaro tiraram as reformas de cena.