Após a defesa de Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria, suposto lobista da Precisa Medicamentos, apresentar um atestado para ele não depor na quinta-feira (2/9), o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, senador Omar Aziz (PSD-AM), ligou para a presidente do Hospital Sírio-Libanês, Denise Alves da Silva, durante a comissão.
Marconny é o segundo depoente que consegue no hospital um atestado médico para se abster do depoimento em menos de 24 horas. O primeiro foi Marcos Tolentino, que também apresentou um atestado médico da unidade de Saúde.
A situação irritou os senadores da comissão, que começaram a supor algum esquema dos depoentes com o hospital. Então, Omar ligou para a presidente do grupo, que imediatamente, se dispôs a reunir toda a ala médica para fazer um check-up em Marconny Nunes.
Enquanto Omar ligava para o Hospital, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) começou a ironizar a situação.
“A CPI é vítima de má fé”, pontuou Randolfe. “Eu não sabia que dor pélvica e formigamento eram efeitos colaterais da CPI”, ironizou o vice-presidente.
“Pode vir de cadeira de rodas, presidente?”, ironizou também Soraya Thronicke.
O dia da CPI
O motoboy da VTCLog Ivanildo Gonçalves, suspeito de ter feito saques milionários pela empresa, depõe nesta quarta-feira (1º/9) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, no Senado. Hoje, a sessão estava prevista para ouvir o suposto sócio oculto da FIB Bank, Marcos Tolentino, porém, segundo os senadores, ele está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após sentir um mal-estar.
Para os parlamentares, a VTCLog pode ser uma peça em suposto esquema de corrupção e pagamento de propina a agentes públicos e políticos.
O depoimento do motoboy estava marcado para essa terça-feira (30/8), mas foi cancelado após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques garantir o direito dele de não comparecer.
Conforme o requerimento de convocação de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Ivanildo é um “aparente intermediário em esquemas duvidosos da empresa VTCLog”.
Os membros da CPI apontam possíveis irregularidades na contratação da empresa pelo Ministério da Saúde. Uma das suspeitas é um contrato em que o ex-diretor da pasta Roberto Ferreira Dias tenha aceitado pagar 18 vezes o valor que havia sido recomendado pelos técnicos. O Tribunal de Contas da União (TCU) também analisa a negociação.