Em meio à polarização política e tensão entre os poderes, os atos contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), marcados para 7 de setembro, Dia da Independência, serão realizados no mesmo horário e no mesmo local em Belo Horizonte. A Praça da Liberdade será palco dos dois protestos que prometem levar centenas de pessoas para as ruas.
A manifestação bolsonarista foi inflamada e convocada pelo próprio presidente, que acusa o Supremo Tribunal Federal (STF) de intervir nos poderes e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de fraude nas eleições presidenciais de 2018.
Bolsonaro foi eleito, no segundo turno, o 38º presidente da República, com 57.797.847 votos (55,13% dos votos válidos), contra 47.040.906 votos (44,87%) de Fernando Haddad (PT).
Bolsonaro também atacou diretamente os ministros Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news no STF, e Luís Roberto Barroso, presidente do TSE. Os manifestantes prometem levar cartazes em defesa do impeachment contra os dois ministros.
A concentração do ato pró-Bolsonaro será no Mineirão, às 9h. Em seguida, uma motociata seguirá para a Praça da Liberdade, com previsão de chegada às 10h. Os protestos pedem o fim do STF, o voto impresso e a intervenção militar na Suprema Corte.
Já os atos contra Bolsonaro foram chamados diante do receio de que o presidente tente convocar as Forças Armadas para um golpe militar. A favor da vacinação e contra as medidas adotadas por Bolsonaro durante a pandemia, os manifestantes prometem marchar usando máscaras e contra a ditadura militar. O local será na Praça da Liberdade, também às 10h.
Anos de chumbo
Caso Bolsonaro tente invocar um golpe militar, esta não seria a primeira vez que o país passa por isso. A derrubada de João Goulart levou a uma ditadura de 21 anos, período marcado por crimes contra a democracia, a liberdade de imprensa e os direitos humanos.
Foram cinco mandatos militares e 16 atos institucionais – mecanismos legais que se sobrepunham à Constituição. Entre eles, o AI-5, que estabeleceu um regime de opressão, garantindo a ampliação dos aparatos de perseguição e repressão dos cidadãos brasileiros.